Relatório: Imposto sobre navegação no Mar Báltico pode financiar a proteção de cabos submarinos, afirma ministro da Estônia

O Ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, chega à Reunião dos Ministros da Defesa do Grupo do Norte em Palanga, Lituânia, em 23 de maio de 2024. REUTERS/Ints Kalnins/Foto de Arquivo.
O Ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, chega à Reunião dos Ministros da Defesa do Grupo do Norte em Palanga, Lituânia, em 23 de maio de 2024.

Empresas de navegação podem precisar pagar uma taxa para utilizar o Mar Báltico, uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo, a fim de cobrir os altos custos de proteção de cabos submarinos, afirmou o ministro da Defesa da Estônia, nesta quarta-feira, após uma série de incidentes.

A OTAN anunciou na semana passada que enviará fragatas, aeronaves de patrulha e drones para o Mar Báltico, depois de uma série de ocorrências em que navios danificaram cabos de energia e comunicação com seus âncoras, em atos suspeitos de sabotagem.

Além das patrulhas, o ministro da Defesa, Hanno Pevkur, afirmou que os países estão considerando outras medidas para proteger os cabos, incluindo a instalação de sensores para detectar âncoras arrastadas pelo fundo do mar ou a construção de revestimentos ou barreiras ao redor dos cabos.

No entanto, isso terá um custo, e, independentemente de serem os países ou os operadores de cabos a arcar com a despesa, os consumidores podem acabar pagando a conta por meio de impostos mais altos ou aumento nos custos de serviços públicos.

Outra opção, segundo Pevkur, é a imposição de uma taxa sobre os navios que navegam pelo Mar Báltico, que é cercado por oito países da OTAN e pela Rússia.

“Digamos que, quando você vai ao aeroporto, você tem a taxa de aterrissagem, a taxa do aeroporto, e isso é pago no bilhete”, disse ele à Reuters em uma entrevista em Tóquio.

“Então, em algum momento, talvez vejamos que, ao passar pelos estreitos dinamarqueses, as empresas terão um custo a pagar, porque isso seria basicamente uma taxa de seguro para danos aos cabos.”

Pevkur acrescentou que há diferentes opções em discussão e que os países precisarão encontrar uma solução comum.

Globalmente, cerca de 150 cabos submarinos são danificados a cada ano, segundo o Comitê Internacional de Proteção de Cabos, com sede no Reino Unido. Os cabos de telecomunicações, linhas de energia e gasodutos no Báltico, que é de águas rasas, são vistos como particularmente vulneráveis devido ao tráfego intenso da região, com até 4.000 navios cruzando sua superfície todos os dias, de acordo com algumas estimativas.

As autoridades suecas apreenderam na segunda-feira um navio com bandeira de Malta em conexão com os danos causados a um cabo entre a Letônia e a Suécia, um dos quatro incidentes semelhantes em pouco mais de um ano que também afetaram linhas de energia e telecomunicações entre a Estônia e a Finlândia.

Pevkur afirmou que, embora as investigações oficiais ainda estejam em andamento, a série de incidentes aponta para uma ação coordenada de navios que fazem parte da “frota sombra” da Rússia.

“Quando vemos que todos esses navios fazem parte da frota sombra da Rússia, embora tenham diferentes bandeiras, é claro que precisamos conectar os pontos”, disse ele.

Moscou acusou os países ocidentais de fazerem alegações “sem evidências” sobre seu envolvimento nos incidentes.

Fonte: Reuters

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