Rússia acelera execuções de prisioneiros de guerra ucranianos, diz ONU

Dois soldados na trincheira, um deles se comunicando por rádio, em um cenário de conflito enquanto o mundo observa as acusações de crimes de guerra.
Soldados em trincheira enquanto o conflito na Ucrânia aumenta as preocupações sobre as execuções de prisioneiros de guerra, com acusações de crimes de guerra por parte da Rússia.

Um relatório revela que as tropas russas cometeram 79 execuções nos últimos seis meses.

As Nações Unidas expressaram “alarme” diante do aumento acentuado nas execuções relatadas de soldados ucranianos capturados pelas forças armadas russas.

De acordo com um relatório publicado na segunda-feira pela Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, 79 execuções ocorreram em 24 incidentes separados desde agosto de 2024.

“O relatório afirmou que muitos soldados ucranianos que se renderam ou estavam sob custódia física das forças armadas russas foram mortos a tiros no local.”

A missão obteve imagens e fotografias publicadas tanto por fontes ucranianas quanto russas que documentam os corpos mortos. Entrevistas com testemunhas também foram realizadas, e os incidentes foram geolocalizados e correspondidos a áreas onde as forças russas estavam operando.

A missão da ONU também documentou a execução de um soldado russo “ferido e incapacitado” pelas tropas ucranianas.

“Crimes de guerra”

Rússia e Ucrânia trocaram acusações de cometer crimes de guerra, incluindo o assassinato de prisioneiros de guerra, desde que a Rússia iniciou sua invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.

Danielle Bell, chefe da missão da ONU, afirmou que tais incidentes não “ocorrem no vácuo”, observando que figuras públicas na Rússia já haviam feito declarações públicas pedindo por “tratamento desumano e até execução” de soldados ucranianos.

“Combinado com leis amplas de anistia, tais declarações têm o potencial de incitar ou encorajar comportamentos ilegais”, acrescentou Bell.

O relatório enfatiza que, sob a lei humanitária internacional, pedidos por “sem sobreviventes” após a guerra são proibidos, com ordens de falta de misericórdia sendo uma “violação grave” da lei humanitária internacional e um “crime de guerra”.

“Todas as alegações de execução de militares ucranianos capturados e declarações públicas que chamam ou endossam tais ações devem ser investigadas”, disse Bell.

No mês passado, o Ministério Público da Ucrânia abriu um processo criminal contra a Rússia após surgir um vídeo mostrando soldados russos executando seis soldados ucranianos em Donetsk.

“O fuzilamento de prisioneiros de guerra é uma violação grave da Convenção de Genebra sobre o Tratamento de Prisioneiros de Guerra e é classificado como um crime internacional grave”, dizia a declaração. “Ações investigativas estão sendo conduzidas para estabelecer todas as circunstâncias do crime e as pessoas envolvidas em sua comissão.”

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