
O uso dos mísseis ATACMS dos EUA por Kyiv enfureceu o Kremlin, que ameaçou atingir o centro de Kyiv com um míssil balístico hipersônico em resposta aos ataques.

No sábado, a Rússia prometeu retaliar após acusar a Ucrânia de disparar mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA na região fronteiriça de Belgorod no dia anterior.
O presidente dos EUA em fim de mandato, Joe Biden, autorizou Kyiv no ano passado a usar essas armas de longo alcance contra a Rússia, em uma decisão que Moscou classificou como uma grave escalada do conflito de quase três anos.
“Em 3 de janeiro, foi feita uma tentativa a partir do território ucraniano de lançar um ataque de míssil contra a região de Belgorod usando mísseis tático-operacionais ATACMS fabricados nos EUA”, declarou o Ministério da Defesa da Rússia.
“Essas ações do regime de Kyiv, apoiado por curadores ocidentais, serão respondidas com retaliação”, acrescentou o Ministério, afirmando que todos os mísseis foram abatidos.
O uso dos sistemas de mísseis por Kyiv enfureceu o Kremlin, que ameaçou atingir o centro de Kyiv com um míssil balístico hipersônico em resposta aos ataques.
Os mísseis ATACMS têm um alcance máximo de 300 quilômetros (190 milhas), de acordo com dados disponíveis publicamente.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, afirmou em uma entrevista publicada no mês passado que era “muito veementemente” contra o uso dessas armas pela Ucrânia, dizendo que elas estavam “escalando” o conflito.
Jornalista morto
Na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, um drone “kamikaze” ucraniano matou um repórter do jornal russo Izvestia enquanto ele viajava por uma rodovia entre duas cidades controladas pela Rússia, informou o jornal.
Alexander Martemyanov, que trabalhava como freelancer para o jornal, estava retornando de uma cobertura sobre bombardeios na cidade de Gorlivka, controlada pela Rússia, com colegas, quando seu carro foi atingido, informou a agência estatal russa RIA.
Um jornalista da RIA e outros quatro trabalhadores da mídia ficaram feridos no ataque, acrescentou a agência.
Tanto Kyiv quanto Moscou têm acusado um ao outro de ataques fatais contra civis desde o início do ano.
Um ataque russo a uma vila na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, no início do sábado, matou um homem de 74 anos, informou o governador regional Oleg Synegubov.
Moscou também atacou uma cidade na região norte de Sumy, na Ucrânia, destruindo parte de um prédio de apartamentos e ferindo sete pessoas, incluindo uma menina de dois anos, de acordo com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Na parte da região sul de Zaporizhzhia ocupada pela Rússia, um menino de 10 anos foi morto e seus pais ficaram feridos quando um drone atingiu o carro em que estavam, informou o chefe instalado por Moscou na região, Yevgeny Balitsky.
Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou no sábado que capturou a vila ucraniana de Nadiia, uma das poucas localidades na região leste de Lugansk ainda sob controle de Kyiv.
Moscou avançou quase 4.000 quilômetros quadrados (1.540 milhas quadradas) na Ucrânia em 2024, de acordo com uma análise da AFP, enquanto o exército de Kyiv enfrentava escassez crônica de pessoal e exaustão.
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