Um oficial norte-americano afirmou nesta quinta-feira (3) que há indícios preliminares de que um sistema de defesa aérea da Rússia possa ter atingido o avião da Azerbaijan Airlines que caiu no Cazaquistão, matando 38 pessoas. A suspeita levanta preocupações sobre os riscos e a imprudência das ações militares russas em meio à guerra na Ucrânia.
A aeronave, um jato de passageiros Embraer, fazia o voo J2-8243 de Baku, no Azerbaijão, para Grozny, na Chechênia, sul da Rússia. Por razões ainda não explicadas, o avião desviou centenas de quilômetros de sua rota prevista e caiu próximo à cidade de Aktau, na costa do Cazaquistão, no lado oposto do Mar Cáspio.
Segundo o oficial dos EUA, que falou sob condição de anonimato à agência Reuters, o trajeto do avião passou por áreas onde Moscou tem intensificado o uso de sistemas antiaéreos para se defender de ataques com drones ucranianos — o que pode ter colocado a aeronave civil em risco.
Na manhã do acidente, o aeroporto russo mais próximo da rota prevista estava fechado, e o motivo da mudança de trajeto não foi esclarecido pelas autoridades.
A agência de aviação civil da Rússia sugeriu inicialmente que o incidente poderia ter sido causado por uma colisão com uma ave, mas não apresentou provas.
O procurador de transporte da região cazaque de Mangystau, Abylaibek Ordabayev, informou que a investigação sobre as causas da queda ainda está em andamento e que, até o momento, não há confirmação de que o avião tenha sido derrubado por fogo antiaéreo.
Canadá pede investigação transparente
O Ministério das Relações Exteriores do Canadá manifestou preocupação com os relatos de que o avião possa ter sido atingido por um míssil russo. Em uma publicação na plataforma X (antigo Twitter), o governo canadense pediu uma investigação aberta e transparente sobre o caso.
“O Canadá está profundamente preocupado com os relatos de que as Forças de Defesa Aérea da Rússia possam ter disparado contra o voo 8243 da Azerbaijan Airlines, forçando seu pouso forçado. Instamos a Rússia a permitir uma investigação imparcial e a aceitar seus resultados”, afirmou o ministério em comunicado oficial.
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