Escalada Devastadora: Rússia Lança um dos Maiores Ataques Aéreos da Guerra Contra Kiev e Ataca Maternidade em Odesa

Um bombeiro com equipamento pesado trabalha no local de um prédio em chamas após um ataque de drone russo em Kiev, Ucrânia, em 10 de junho de 2025.
Um bombeiro atua no local de um ataque de drone russo durante o contínuo conflito da Rússia contra a Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, 10 de junho de 2025. REUTERS/Thomas Peter.

Em uma das maiores e mais devastadoras ofensivas aéreas desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a Rússia lançou, entre segunda-feira (9) e a madrugada desta terça-feira (10), uma série de ataques com mísseis e drones contra a capital ucraniana Kiev e outras regiões do país, incluindo um ataque direto a um hospital materno em Odesa, no sul da Ucrânia. A escalada representa um novo patamar na guerra, marcada por bombardeios intensos, retaliações cruzadas e impasses diplomáticos.

Explosões em Kiev: Uma Noite de Terror

As primeiras horas desta terça-feira foram marcadas por intensas explosões em Kiev. Segundo relatos de testemunhas à agência Reuters, explosões violentas sacudiram a capital e colunas de fumaça podiam ser vistas no céu noturno, iluminado por incêndios causados pelos ataques.

Ao menos sete dos dez distritos da cidade foram atingidos, com quatro pessoas levadas ao hospital. “Hoje foi um dos maiores ataques a Kiev”, afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, reforçando o pedido urgente por mais apoio internacional, especialmente em sistemas de defesa aérea.

O comando militar ucraniano relatou que a Rússia disparou 315 drones Shahed e sete mísseis de cruzeiro, todos supostamente interceptados pelas defesas aéreas do país. Ainda assim, os danos causados por destroços e explosões secundárias foram significativos.

Tragédia em Odesa: Maternidade Alvo de Ataque

Enquanto Kiev resistia à ofensiva, a cidade portuária de Odesa, no sul do país, também foi atingida. Uma maternidade, um prédio de emergência médica e residências civis foram danificados por drones explosivos. Duas pessoas morreram e várias outras foram feridas, segundo o governador regional Oleh Kiper. “Todos os pacientes e funcionários foram evacuados com segurança”, acrescentou.

Embora ambos os lados neguem sistematicamente atingir civis, o ataque a um hospital materno reacende a indignação internacional quanto às regras de engajamento seguidas por Moscou.

Retaliação e Escalada: A Nova Fase da Guerra

A Rússia afirmou que os ataques fazem parte de uma retaliação aos bombardeios ucranianos recentes contra bases aéreas dentro do território russo, especialmente os que danificaram bombardeiros estratégicos no início de junho. Moscou também responsabiliza Kiev por explosões em pontes que causaram a morte de sete civis russos.

De acordo com dados da Força Aérea da Ucrânia, nas últimas 72 horas a Rússia lançou mais de 1.450 drones e 78 mísseis contra o território ucraniano. Esses números evidenciam uma nova fase da guerra, mais intensa, mais tecnológica e mais imprevisível.

Impasses Diplomáticos e Apelos por Ajuda

Apesar de duas rodadas recentes de negociações diretas entre Moscou e Kiev, pouco progresso concreto foi alcançado. O único avanço foi a troca de prisioneiros de guerra, e mesmo isso tem sido pontual e simbólico. Enquanto isso, a frente de batalha no leste da Ucrânia continua ativa, com avanços graduais das tropas russas.

Zelenskiy reforçou os pedidos por novas sanções internacionais contra Moscou e a aceleração da entrega de sistemas de defesa aérea avançados, como o Patriot. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse que o ataque à maternidade de Odesa “exige uma resposta imediata e proporcional da comunidade internacional”.

O Papel dos Estados Unidos e o Ceticismo de Trump

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump expressou frustração com ambos os lados do conflito, criticando a continuidade da guerra e a falta de avanços diplomáticos. A declaração gerou polêmica e dividiu opiniões entre os aliados da Ucrânia, especialmente num momento em que o país mais precisa de apoio estratégico e armamentista.

Conclusão: O Risco de Normalização da Tragédia

Mais de três anos após o início da invasão russa, a guerra na Ucrânia continua a escalar em brutalidade e sofisticação militar. O ataque a Kiev e Odesa simboliza o perigo crescente de que tais tragédias se tornem rotineiras. Com milhares de civis mortos — a maioria ucranianos — e uma paz ainda distante, a guerra segue como o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A pergunta que ecoa nos corredores diplomáticos e entre os cidadãos aterrorizados de Kiev e Odesa é: quantos ataques mais serão necessários até que a paz se torne uma prioridade real para todas as partes envolvidas?

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