![zelensky-kursk-ucrania-2025. A Ucrânia controla cerca de 450 quilômetros quadrados da região de Kursk, na Rússia [Arquivo: Yan Dobronosov/Reuters]](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/02/2025-02-11T155442Z_1270303434_RC22Y4AS13B9_RTRMADP_3_UKRAINE-CRISIS-ZELENSKIY-KURSK-1739362566.webp?strip=all&lossy=1&resize=678%2C381&ssl=1)
Em meio a um cenário de intensas hostilidades e disputas territoriais, as autoridades russas manifestaram de forma contundente sua rejeição à ideia de trocar territórios com a Ucrânia. A proposta, sugerida pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, previa a troca de áreas ocupadas pela Rússia por partes da região ocidental de Kursk, atualmente controladas por forças ucranianas.
Declaração do Kremlin
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou publicamente que aceitar essa troca era “impossível”. Segundo Peskov, “a Rússia nunca e nem jamais discutirá o tema de trocar seu território”, enfatizando que as forças ucranianas instaladas em áreas russas seriam ou “destruídas” ou forçadas a se retirar. Essa postura reflete o compromisso inabalável de Moscou com a integridade de suas fronteiras, considerada inegociável.
Contexto dos Confrontos
No último mês de agosto, a Ucrânia promoveu uma rápida ofensiva além da fronteira, conseguindo ocupar partes da região de Kursk. Enquanto tropas russas ainda lutam para retomar essas áreas, a situação ilustra o quão volátil e complexa se tornou a disputa territorial entre os dois países. Atualmente, a Rússia controla aproximadamente 112.000 quilômetros quadrados de território ucraniano, enquanto a Ucrânia mantém cerca de 450 quilômetros quadrados na região de Kursk, conforme indicam mapas de fontes abertas.
A Proposta de Zelenskyy
Em entrevista recente, Zelenskyy afirmou: “Nós vamos trocar um território por outro”, ressaltando que, para a Ucrânia, todas as áreas são de igual importância, sem haver uma prioridade definida. Essa declaração faz parte de uma estratégia mais ampla, que visa buscar concessões territoriais em um cenário de pressão internacional e de intensificação dos combates.
Ataques e Repercussões em Kiev
A rejeição russa à troca territorial foi anunciada logo após um intenso bombardeio com drones e mísseis sobre a capital ucraniana, Kiev. O ataque, que causou a morte de uma pessoa e deixou pelo menos quatro feridos – entre eles, uma criança –, provocou danos em prédios residenciais, escritórios e outras infraestruturas civis. Em suas redes sociais, Zelenskyy condenou o ataque, afirmando que o presidente russo Vladimir Putin “não está preparando a paz – ele continua a matar ucranianos e destruir cidades”. O líder ucraniano também enfatizou a necessidade de medidas enérgicas e do apoio de parceiros internacionais para pôr fim ao conflito.
Movimento Diplomático e Perspectivas Futuras
Enquanto as hostilidades continuam, o cenário diplomático também se movimenta. Zelenskyy está programado para se encontrar com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, durante a Conferência de Segurança de Munique, o que pode abrir novas frentes de negociação. Paralelamente, o enviado especial de Donald Trump, Keith Kellogg, que tem a incumbência de elaborar uma proposta para cessar os combates, deve visitar a Ucrânia na próxima semana.
Em declarações recentes, Trump sugeriu que a assistência bilionária dos EUA, inicialmente comprometida por administradores anteriores, poderia ser utilizada para forçar Kiev a aceitar concessões territoriais. O presidente também chegou a afirmar que, no futuro, “a Ucrânia pode ser russa”, comentário que evidencia a complexidade e a volatilidade do debate sobre fronteiras e soberania.
A Resposta Militar Russa
Em meio a esse cenário de tensões e contrapropostas, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou a realização de um “ataque concentrado de mísseis” contra instalações militares ucranianas ligadas à produção de drones. De acordo com as autoridades russas, todos os alvos designados foram atingidos, demonstrando a continuidade e a intensidade dos combates.
Conclusão
A recente rejeição russa à proposta de troca territorial ressalta a firmeza de Moscou em manter sua integridade territorial, mesmo diante de desafios e ofensivas no terreno. Enquanto as hostilidades persistem e o debate sobre concessões territoriais se intensifica, o conflito entre Rússia e Ucrânia continua a representar um dos cenários geopolíticos mais delicados e imprevisíveis da atualidade. Com a aproximação de novas negociações e movimentos diplomáticos, o mundo observa atentamente os próximos passos de ambos os lados.
Faça um comentário