Capitão Russo Vladimir Motin Enfrenta Tribunal no Reino Unido por Acusação de Negligência Grave em Colisão com Petroleiro dos EUA

Visão aérea do navio porta-contêiner Solong danificado após colisão com o petroleiro Stena Immaculate, sendo rebocado para o porto de Aberdeen, Escócia.
Navio porta-contêiner Solong, danificado após colisão com o petroleiro Stena Immaculate, é rebocado para o porto de Aberdeen, Escócia, em 28 de março de 2025. REUTERS/Phil Noble/ File Photo

No dia 10 de março de 2025, o navio porta-contêineres Solong, sob comando do capitão russo Vladimir Motin, colidiu com o petroleiro americano Stena Immaculate — transportando combustível de aviação militar — nas águas do Mar do Norte, próximo à costa leste da Inglaterra. A colisão resultou no desaparecimento e presumida morte do tripulante filipino Mark Pernia, de 38 anos. Em 23 de maio de 2025, Motin compareceu ao Old Bailey em Londres, por videolink, onde se declarou inocente da acusação de homicídio culposo por negligência grave.

Contexto do Acidente

Na madrugada de 10 de março, por volta das 02h30 GMT, o Solong atingiu a lateral do Stena Immaculate, causando danos estruturais em ambas as embarcações e gerando um vazamento de combustível. As operações de contenção e busca lideradas pela Maritime and Coastguard Agency(Agência Marítima e de Guarda-Costeira) britânica não localizaram sobreviventes no local do impacto.

Acusação e Base Legal

Quatro dias após o incidente, o Crown Prosecution Service (CPS) imputou a Motin o crime de gross negligence manslaughter, com base na alegação de que o capitão:

  • Desconsiderou procedimentos de navegação em condições de tráfego intenso.
  • Subestimou informações meteorológicas adversas.
  • Falhou em comunicar alerta imediato à tripulação sobre risco de colisão.

A legislação britânica prevê pena de até 14 anos de prisão para casos de negligência grave que resultem em morte.

Audiência de Plea

Durante a sessão de plea em 23 de maio, Motin, representado por advogado especializado em direito marítimo, negou veementemente qualquer culpa. O tribunal concedeu-lhe liberdade condicional, mediante entrega de passaporte e comparecimento periódico às autoridades, até a próxima audiência marcada para 15 de julho de 2025.

Implicações Jurídicas e Diplomáticas

Este caso envolve múltiplas jurisdições: o navio é registado em Portugal, o comandante é russo e a embarcação atingida é americana. A cooperação entre Rússia, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos tem sido elogiada, mas ressalta a complexidade de litígios em rotas internacionais. Segundo especialistas em direito marítimo, a decisão do Old Bailey poderá estabelecer precedentes para futuros julgamentos relacionados a acidentes navais.

Análise Técnica e Procedimental

Até o momento, a defesa de Motin destaca possíveis falhas mecânicas no sistema de radares do Solong e manobras evasivas tardias. Já o CPS reúne gravações de VDR (Voyage Data Recorder) e testemunhos de oficiais de ponte, apontando para protocolo inadequado de comunicação interna.

Perspectivas Futuras

Enquanto o processo avança, o setor de navegação comercial acompanha com atenção, reforçando a importância de treinamentos regulares e sistemas de redundância a bordo. A próxima etapa do julgamento envolverá a análise dos relatórios periciais e depoimentos de meteorologistas e especialistas em tráfego marítimo.

Se você perdeu este episódio, confira nosso artigo detalhado: Capitão russo preso após colisão de navio no Mar do Norte: Uma análise detalhada do incidente e suas implicações.

Para mais contexto sobre o caso de Vladimir Motin, leia também: Capitão Russo Vladimir Motin Enfrenta Tribunal no Reino Unido por Suposta Negligência Grave em Colisão com Petroleiro dos EUA.

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