União Europeia aposta na soberania digital com apoio da SAP e novas soluções em nuvem

Bandeira da União Europeia representando a busca por soberania digital.
A União Europeia busca fortalecer sua soberania digital por meio de iniciativas como a SAP Sovereign Cloud.

A União Europeia intensifica esforços para alcançar soberania digital diante da dependência tecnológica de potências estrangeiras. A iniciativa da alemã SAP, com sua Sovereign Cloud, simboliza a tentativa de garantir maior autonomia em infraestrutura digital, segurança cibernética e proteção de dados, em meio a uma disputa global envolvendo EUA e China. A adoção dessa tecnologia por governos e setores estratégicos reforça a relevância do tema.

Um projeto estratégico para o futuro digital da Europa

A UE há anos discute a necessidade de reduzir sua vulnerabilidade em áreas estratégicas. A guerra na Ucrânia, as tensões comerciais com a China e a crescente digitalização das economias tornaram ainda mais urgente a busca por autonomia digital.

Nesse contexto, empresas europeias de tecnologia assumem papel central. A SAP lançou a Sovereign Cloud, uma plataforma de nuvem que oferece maior controle europeu sobre dados sensíveis.

Exemplo concreto de uso

O governo da Alemanha e órgãos do setor financeiro europeu já estão testando a Sovereign Cloud para armazenar dados críticos, incluindo informações de bancos públicos e sistemas de saúde. Isso garante que dados sensíveis fiquem sob legislação europeia, evitando influências externas.

Dependência tecnológica como risco geopolítico

Atualmente, a infraestrutura digital europeia é dominada por empresas norte-americanas (Microsoft, Amazon, Google) e, em menor escala, chinesas (Alibaba Cloud). Essa dependência gera riscos de soberania e segurança nacional.

Dados de mercado:

  • Participação de nuvens estrangeiras na UE: cerca de 70% do armazenamento corporativo é controlado por empresas norte-americanas.
  • Crescimento da nuvem soberana na Europa: previsto aumento de 20% ao ano até 2027, segundo relatório da European Cloud Initiative.

O controle sobre dados estratégicos é considerado crítico para setores como defesa, energia e saúde, tornando a soberania digital uma questão geopolítica.

A aposta da SAP e a Sovereign Cloud

A plataforma europeia prioriza:

  • Localização de dados dentro da UE;
  • Gestão sob leis europeias, evitando influência de legislações externas como a norte-americana Cloud Act;
  • Segurança reforçada, alinhada a padrões da Agência Europeia de Cibersegurança (ENISA).

Citação oficial da SAP:
“A Sovereign Cloud permite que nossos clientes europeus mantenham o controle total de seus dados e cumpram com as regulações locais, garantindo autonomia tecnológica em um mundo cada vez mais digitalizado.” – Thomas Saueressig, executivo da SAP.

União Europeia e a busca por autonomia estratégica

O movimento pela soberania digital faz parte do conceito mais amplo de autonomia estratégica europeia, que também inclui defesa, energia e indústria.
Assim como a UE busca reduzir dependência de gás russo e semicondutores asiáticos, quer um ecossistema digital independente, capaz de competir globalmente.

Desafios e limitações

Apesar dos avanços, os obstáculos são consideráveis:

  • Escala limitada: empresas europeias ainda não têm a abrangência das gigantes norte-americanas e chinesas.
  • Custo elevado: soluções locais podem ser mais caras, dificultando adesão de empresas menores.
  • Coordenação política: os 27 países da UE nem sempre compartilham prioridades digitais, o que pode atrasar decisões conjuntas.

Conexão global e impacto além da Europa

A soberania digital europeia também tem impactos fora do continente:

  • EUA: possível perda de mercado e influência política.
  • China: resistência à expansão tecnológica no Ocidente.
  • América Latina e Brasil: o movimento europeu inspira debates sobre dependência tecnológica e armazenamento de dados locais.

Conclusão

A aposta da UE em soberania digital, com projetos como a Sovereign Cloud da SAP, é mais que inovação empresarial: é estratégia geopolítica, ligada à segurança, autonomia e futuro da ordem digital internacional.
O sucesso dependerá da capacidade da UE de equilibrar custos, inovação e cooperação política, frente a rivais consolidados globalmente.

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