Tajani Exige Fim da Ofensiva em Gaza e Aumenta Pressão Internacional

Antonio Tajani falando à imprensa após reunião do grupo "Weimar+" em Londres, maio de 2025.
O Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, concede entrevista após reunião do grupo "Weimar+" sobre segurança europeia em Lancaster House, Londres, em 12 de maio de 2025. Foto: Adrian Dennis/Pool via REUTERS.

O Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, intensificou em 17 de maio de 2025 seu discurso contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, em um momento em que a crise humanitária atinge níveis críticos. Ao pedir a suspensão imediata dos ataques e a instauração de um cessar‑fogo duradouro, Tajani não apenas representa a crescente inquietação italiana, mas também sinaliza um divórcio de tom dentro da União Europeia. Este artigo oferece uma análise aprofundada do contexto do conflito, das reações diplomáticas internacionais e dos desafios para consolidar uma trégua sustentável, apoiando-se em dados recentes e em iniciativas multilaterais em curso.

Cenário Atual do Conflito

Desde 7 de outubro de 2024, a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, desencadeada em resposta ao ataque do Hamas que resultou em cerca de 250 reféns, já provocou mais de 53.000 mortes e o deslocamento de quase 2 milhões de civis, segundo autoridades de saúde locais. Nas últimas 24 horas, foram registradas ao menos 146 mortes em ataques aéreos e preparativos para uma nova fase terrestre ﹘ o que intensifica a crise humanitária e agrava o colapso de hospitais e serviços básicos.

Declarações de Antonio Tajani

Em 17 de maio de 2025, o Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou em Roma:

“Temos que dizer ao governo israelense ‘basta’. Não queremos mais ver a população palestina sofrer. Parem os ataques, assegurem um cessar‑fogo, libertem os reféns e garantam condições de vida digna a um povo vítima do Hamas.”

A fala de Tajani ocorre antes de encontro com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no mesmo dia, sinalizando uma frente diplomática conjunta para pressionar por negociações multilaterais.

Pressão e Diplomacia Internacional

  • ONU e Alto Comissariado de Direitos Humanos: acompanharam a declaração de Tajani, com o Secretário-Geral António Guterres e o Alto-Comissário Volker Türk classificando as ações como “tão graves quanto limpeza étnica” em pronunciamento conjunto.
  • Hamas: confirmou em Doha novas conversas de cessar‑fogo com Israel, embora o otimismo permaneça baixo diante da escalada militar.
  • União Europeia: lideranças como a França e a Alemanha pressionam por acesso irrestrito de ajuda humanitária. Em 14 de maio, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni também instou o premier Netanyahu a respeitar o Direito Internacional Humanitário e a considerar o “drama humanitário sem justificativa” vivenciado em Gaza.

Ações Humanitárias da Itália

Em janeiro de 2025, Tajani anunciou a restauração de parte dos fundos italianos ao UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos), com pacote de €35 milhões, sendo €5 milhões para o UNRWA e €30 milhões para o programa Food for Gaza, em parceria com FAO, PAM e Cruz‑Vermelha. A medida reforça o compromisso italiano em mitigar a crise humanitária.

Desafios para um Cessar‑Fogo Sustentável

  1. Monitoramento Internacional: mandato robusto da ONU para fiscalizar o cumprimento do cessar‑fogo.
  2. Corredores Humanitários: garantia de segurança para transporte de alimentos, água e medicamentos.
  3. Negociações Políticas: retomada formal de diálogos Israel‑Hamas com mediação de EUA, UE, Egito e Qatar.

Segundo o International Crisis Group, sem esses mecanismos, a trégua corre risco de se desfazer em semanas, perpetuando o ciclo de violência.

Conclusão

A iniciativa de Antonio Tajani marca uma virada de tom na política externa europeia em relação a Israel, mostrando que mesmo aliados tradicionais exigem limites diante do sofrimento civil. A reunião com Marco Rubio pode fortalecer a pressão diplomática, mas o sucesso depende da disposição de todas as partes em priorizar soluções políticas sobre a ação militar. Enquanto isso, a população de Gaza continua à espera de um alívio imediato.

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