
Em maio de 2025, as tensões entre Índia e Paquistão atingiram um novo patamar, com trocas de acusações sobre a segurança e a gestão de seus arsenais nucleares. O ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, sugeriu que as armas nucleares do Paquistão fossem colocadas sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), alegando preocupações com a segurança global. Islamabad respondeu veementemente, acusando Nova Deli de desinformação e destacando incidentes de tráfico de materiais nucleares na Índia.
Contexto Recente: Operação Sindoor e Escalada Militar
A escalada atual foi precipitada por um ataque em 22 de abril de 2025, em Pahalgam, Caxemira administrada pela Índia, que resultou na morte de 26 civis. Nova Deli atribuiu o ataque a militantes paquistaneses, o que Islamabad negou. Em resposta, a Índia lançou a “Operação Sindoor” em 7 de maio, realizando ataques aéreos em várias cidades paquistanesas, incluindo Bahawalpur e Muzaffarabad. O Paquistão retaliou com ataques de mísseis e drones, levando a um cessar-fogo mediado pelos EUA em 11 de maio.
A Proposta de Supervisão da AIEA
Rajnath Singh, em discurso em Srinagar, classificou o Paquistão como uma “nação pária” e defendeu que seu arsenal nuclear fosse colocado sob supervisão internacional. No entanto, para que a AIEA assuma tal responsabilidade, seria necessário o aval do Conselho de Segurança da ONU, o que torna a proposta complexa e improvável no cenário atual.
Resposta do Paquistão e Acusações de Dupla Moral
O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão rejeitou as declarações de Singh, acusando a Índia de hipocrisia e destacando incidentes de tráfico de materiais nucleares em território indiano. Em 2024, por exemplo, três indivíduos foram presos em Bihar por posse ilegal de Califórnio, um material altamente radioativo. Islamabad solicitou à ONU uma investigação sobre esses incidentes, alegando a existência de um mercado negro de materiais nucleares na Índia.
Expansão e Modernização dos Arsenais Nucleares
Relatórios recentes indicam que tanto Índia quanto Paquistão estão expandindo e modernizando seus arsenais nucleares. Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), em 2023, a Índia possuía 164 ogivas nucleares, enquanto o Paquistão tinha 170. Além disso, ambos os países estão desenvolvendo novos sistemas de entrega de armas nucleares, aumentando as preocupações sobre uma possível corrida armamentista na região.
Implicações Globais e Riscos de Conflito Nuclear
Especialistas alertam que um conflito nuclear entre Índia e Paquistão poderia ter consequências catastróficas, não apenas para a região, mas para o mundo inteiro. Estudos sugerem que tal guerra poderia causar milhões de mortes imediatas e desencadear mudanças climáticas globais, afetando a produção de alimentos e levando à fome em escala mundial.
Conclusão
A recente troca de acusações entre Índia e Paquistão sobre a gestão de armas nucleares destaca a fragilidade dos mecanismos de controle e a necessidade urgente de diálogo e confiança mútua. A comunidade internacional deve intensificar os esforços diplomáticos para evitar uma escalada que possa ter consequências devastadoras. A transparência, a supervisão internacional e o compromisso com a não proliferação são essenciais para garantir a paz e a segurança na região do Sul da Ásia.
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