Trump e Erdogan reatam parceria estratégica

Presidente turco Recep Tayyip Erdogan e presidente dos EUA Donald Trump durante encontro na cúpula do G20 em Osaka, Japão, em 2019.
Recep Tayyip Erdogan e Donald Trump se encontram durante a cúpula do G20 em Osaka, Japão, em 2019. [File: Handout/Presidential Press Service via AP Photo] / Al Jazeera

5 de maio de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu sua conversa telefônica com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, como “muito boa e produtiva”, abrangendo temas cruciais como o fim da guerra na Ucrânia, a crise humanitária em Gaza e a estabilidade na Síria . Ambos os líderes concordaram em trocar visitas — Erdogan convidou Trump para Ancara, e Trump retribuiu o convite para Washington, sem datas definidas.

Contexto histórico das relações Washington-Ankara

A relação entre EUA e Turquia tem passado por altos e baixos desde 2019, quando Ancara adquiriu o sistema russo S‑400, motivando sanções americanas no âmbito da Lei CAATSA. No primeiro mandato de Trump, porém, houve cooperação em casos como a libertação do pastor Andrew Brunson em 2018 . A Turquia, membro da OTAN, mantém ainda laços econômicos e de segurança com Moscou, especialmente no setor energético.

Principais pontos da conversa

TemaDestaque da conversa
Guerra na Ucrânia“Acabar com o conflito ridículo e mortal – AGORA”, postou Trump na Truth Social. Ambos se comprometeram a esforços conjuntos para um cessar‑fogo imediato.
Crise em GazaErdogan alertou que o colapso humanitário atingiu “nível grave” e pediu a “entrega ininterrupta” de ajuda.
SíriaDefesa da integridade territorial síria e proposta de aliviar sanções para facilitar a reconstrução.
Defesa bilateralFortalecer parcerias no setor de defesa, incluindo compras de equipamentos e exercícios conjuntos.

Impacto na guerra na Ucrânia

Trump sinaliza retomar sua estratégia de mediação iniciada em seu primeiro mandato. A Turquia, por sua posição geográfica e laços com Moscou e Kiev, pode servir de ponte para negociações. Especialistas do German Marshall Fund indicam que o envolvimento turco poderia acelerar conversas de paz, dada sua credibilidade junto às duas partes.

A crise humanitária em Gaza

Segundo a Diretoria de Comunicações da Turquia, Gaza vive “nível grave” de colapso humanitário, com falta de alimentos, água potável e medicamentos . Relatórios da ONU/OCHA apontam que, até 30 de abril de 2025, mais de 52.400 palestinos foram mortos e 118.000 feridos; cerca de 420.000 permanecem deslocados internamente.

Perspectivas para a Síria

Erdogan enfatizou a importância de restaurar a estabilidade no norte da Síria e reverter sanções que dificultam a reconstrução civil. Analistas do International Crisis Group defendem que o alívio de sanções poderia atrair investimentos e reduzir o poder de milícias extremistas na região.

Cooperação em defesa

Ambos os presidentes concordaram em reforçar a cooperação no setor de defesa, superando impasses anteriores relacionados ao S‑400. Especialistas do Center for Strategic and International Studies apontam que novas negociações podem incluir transferência de tecnologia e participação turca em programas de modernização de armamentos norte‑americanos.

Informação adicional: energia e geopolítica

Nova análise do Oxford Institute for Energy Studies(Instituto de Estudos de Energia) indica que a Turquia, ao continuar importando gás russo pelo gasoduto TurkStream, fortalece sua posição de mediadora entre Rússia e Europa. Esse papel energético confere a Ancara influência estratégica nas negociações de paz, pois controla rotas cruciais de abastecimento de gás ao continente europeu.

Agenda de visitas (datas a serem confirmadas)

  • Ancara: Erdogan aguarda Trump para discutir mediação na Ucrânia e apoio humanitário em Gaza (data a definir).
  • Washington, DC: Trump planeja alinhar acordos de defesa e cooperação econômica (data a definir).

Conclusão


A conversa “produtiva” entre Trump e Erdogan marca uma reaproximação estratégica entre EUA e Turquia, com potencial de influenciar a resolução de conflitos na Ucrânia, Gaza e Síria. A troca de convites para visitas reforça o compromisso de ambos em reativar canais diplomáticos, coordenar ações de paz, assistência humanitária e aprofundar parcerias de defesa e energia.

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