Tarifas Recíprocas de Trump: Impactos e Perspectivas Globais

Presidente Donald Trump assinando documento oficial cercado por assessores em sala governamental.
Foto: WhiteHouse

Em 7 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, enviou cartas a 14 países anunciando a imposição de tarifas “recíprocas” às suas exportações, caso acordos bilaterais não sejam firmados até 1.º de agosto. Com alíquotas que variam de 25% a 40%, essa ofensiva marca a primeira aplicação concreta do programa “90 em 90” — que prevê até 125% de tarifa para países que não chegarem a acordos com os EUA. A medida reacende tensões comerciais globais, afeta mercados e pressiona cadeias de suprimentos em diversos setores.

Contexto e Histórico da Estratégia “90 em 90”

  • Lançamento em abril de 2025: Trump estabeleceu um prazo de 90 dias para negociar até 90 acordos comerciais, sob risco de tarifas elevadas.
  • Prorrogação para 1.º de agosto: diante do ritmo lento das negociações, o prazo original de 9 de julho foi estendido, culminando no conjunto de cartas de 7 de julho.

Países Alvo e Percentuais de Tarifa

  • 25%: Japão, Coreia do Sul, Cazaquistão, Malásia, Tunísia
  • 30%: África do Sul, Bósnia e Herzegovina
  • 32%: Indonésia
  • 35%: Bangladesh, Sérvia
  • 36%: Camboja, Tailândia
  • 40%: Laos, Myanmar

Justificativa Econômica e Críticas

Trump argumenta que as tarifas visam equilibrar déficits bilaterais — por exemplo, cerca de US$ 68,5 bi com o Japão e US$ 66 bi com a Coreia do Sul em 2024 — enquanto países de menor desequilíbrio, como Myanmar, seriam penalizados de forma desproporcional. Economistas, porém, questionam a eficácia de tarifas amplas para resolver desequilíbrios setoriais e alertam para o repasse de custos ao consumidor americano.

Reações Imediatas

  • Mercados: o S&P 500 caiu 0,8%, maior baixa em três semanas; dólar valorizou‑se ante o iene e o won.
  • Governo do Japão: classificou a medida de “profundamente lamentável” e convocou reunião de emergência.
  • Coreia do Sul: intensificou negociações e considerou a extensão do prazo um “alívio”.
  • Bangladesh: demonstrou preocupação com o setor têxtil, que emprega 4 milhões de pessoas.
  • África do Sul: chamou a tarifa de 30% de “injustificada”, destacando ampla entrada de produtos americanos sem impostos.

Escalada Geopolítica: BRICS e Ameaças Adicionais

Além das 14 nações, Trump advertiu que membros do BRICS poderiam sofrer uma sobretaxa de 10% caso adotem políticas “anti‑americanas”, estendendo o conflito ao âmbito geopolítico.

Atualização em 8 de Julho de 2025

  • Japão e Coreia: mantêm negociações intensas, sinalizando abertura a propostas “construtivas” até 1.º de agosto.
  • Mercados Asiáticos: reagiram de forma moderada, apostando em acordos de última hora.

Conclusão

O prazo de 1.º de agosto será decisivo: caso não haja acordos, as tarifas entram em vigor automaticamente, elevando custos para consumidores e indústrias, alterando cadeias de suprimento e potencialmente intensificando represálias. A resposta dos países-alvo, a evolução das negociações bilaterais e o impacto nos mercados globais nos próximos dias definirão se prevalecerá o pragmatismo negociador ou um confronto mais profundo, com efeitos duradouros para o comércio internacional.






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