Visita de Trump ao Golfo: foco em mega acordos econômicos

Marco Rubio, Donald Trump, Mohammed Bin Salman e Mohammed bin Abdulrahman em encontro em Riyadh, Arábia Saudita, 13 de maio de 2025.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o Presidente Donald Trump e o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, durante encontro em Riyadh, 13 de maio de 2025. REUTERS/Brian Snyder.

Hoje, terça-feira, 13 de maio de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou sua turnê pelos países ricos do Golfo com uma visita à Arábia Saudita, cujo principal objetivo é garantir investimentos trilionários na região, deslocando o foco das tradicionais pautas de segurança para o retorno econômico imediato.

Contexto geopolítico e econômico

A aliança histórica entre Estados Unidos e Arábia Saudita baseia-se na troca de segurança por petróleo, mas, nesta visita, Trump enfatizou a relação comercial. O Saudi-US Investment Forum, realizado em Riad, reuniu líderes empresariais como Elon Musk (Tesla, SpaceX), Larry Fink (BlackRock) e Sam Altman (OpenAI), sublinhando o peso do setor privado nas negociações.

Fórum de Investimentos em Riad

Ao abrir o fórum, o ministro de Investimento saudita, Khalid al-Falih, destacou que, embora a energia continue sendo um pilar, as oportunidades de negócios no reino se multiplicaram: “quando sauditas e americanos unem forças, quase sempre surgem grandes projetos.” A delegação americana incluiu ainda o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Defesa Pete Hegseth.

Metas financeiras: de US$ 600 bilhões a US$ 1 trilhão

Até o evento, a Arábia Saudita havia anunciado compromissos de US$ 600 bilhões em investimentos. Trump, porém, busca um total de US$ 1 trilhão, reforçando sua estratégia de fortalecer a influência empresarial dos EUA na região.

Diversificação sob a Vision 2030

Parte central das negociações é o plano Vision 2030, liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MbS), que visa diversificar a economia além do petróleo. Projetos como NEOM, uma cidade futurista do tamanho da Bélgica, simbolizam os “Giga-projetos” que vêm sendo ajustados devido a custos crescentes e à volatilidade dos preços do petróleo.

Impasse saudita-israelense

Apesar das negociações econômicas avançarem, o tema da normalização entre Arábia Saudita e Israel permaneceu ausente. Riad exige um cessar-fogo e um mapa para a criação de um Estado palestino antes de qualquer avanço diplomático, decouplando essa pauta dos acordos financeiros. A guerra em Gaza já provocou cerca de 52 mil mortes e 1,9 milhão de deslocados.

Proposta de pacote de defesa

Fontes indicam que Trump oferecerá um pacote de armas avaliado em mais de US$ 100 bilhões, potencialmente incluindo aeronaves de transporte C-130, fortalecendo ainda mais a cooperação militar entre os dois países.

Próximos destinos e desafios

Após Riad, Trump seguirá para Qatar (15 e 16 de maio) e Emirados Árabes Unidos, sem escalas em Israel, o que ressalta as prioridades econômicas sobre as questões de segurança regional. Discute-se ainda a expansão dos Acordos de Abraão, mas o impasse no conflito de Gaza e a resistência de Benjamin Netanyahu seguem como obstáculos.

Conclusão

A visita de Donald Trump ao Golfo sinaliza uma virada estratégica, privilegiando investimentos bilionários e a diversificação econômica sobre as pautas de segurança tradicionais. O sucesso em garantir compromissos próximos a US$ 1 trilhão poderá redefinir a influência dos EUA na região, enquanto o impasse saudita-israelense expõe as limitações diplomáticas em meio ao conflito em Gaza.

Leia também: Trump em Riad: US$ 1 trilhão em jogo e o impasse saudita-israelense

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