Emirados Rejeitam Deslocamento Forçado de Palestinos e Defendem Solução de Dois Estados

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, caminha ao lado do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, enquanto se encontram no Centro ADNEC em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, 19 de fevereiro de 2025. REUTERS/Evelyn Hockstein/Pool
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohamed bin Zayed Al Nahyan, durante encontro em Abu Dhabi. REUTERS/Evelyn Hockstein/Pool

Em uma reunião em Abu Dhabi, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, deixou claro que seu país repudia a proposta de deslocar os palestinos de suas terras—a ideia sugerida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante o encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, Nahyan enfatizou que a reconstrução de Gaza deve estar vinculada a um caminho para uma “paz abrangente e duradoura”, baseada na solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina.

A declaração surge em um contexto de profunda crise humanitária em Gaza, onde uma campanha militar de 15 meses contra o Hamas deixou quase toda a população de 2,3 milhões de habitantes desabrigada e a região em ruínas. A proposta de Trump para uma tomada americana de Gaza, com o reassentamento dos palestinos na Jordânia e no Egito, gerou ampla oposição entre países árabes e aliados ocidentais, que veem essa medida como impraticável e coercitiva.

A posição dos Emirados Árabes Unidos ganha ainda mais relevância por serem um dos poucos países árabes que normalizaram relações com Israel durante a primeira administração de Trump, além de desempenharem papel significativo no financiamento de esforços de reconstrução em conflitos anteriores. Nahyan sublinhou que a reconstrução de Gaza não pode ser dissociada de um processo de paz que leve em conta as aspirações legítimas dos palestinos.

Líderes de outros países árabes, incluindo Egito, Arábia Saudita, Jordânia e Qatar, devem se reunir em Riyadh ainda este mês para debater alternativas à proposta americana. Os resultados dessas discussões serão apresentados em uma cúpula da Liga Árabe em Cairo, prevista para março, sinalizando a busca por uma solução coletiva que contemple a restauração da paz e a estabilidade na região.

Com Gaza devastada pela violência e seus moradores enfrentando desafios humanitários extremos, a postura dos Emirados reafirma a importância do diálogo e da cooperação internacional para alcançar uma paz duradoura—um caminho que, segundo Nahyan, não pode incluir o deslocamento forçado de populações historicamente enraizadas na região.

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