
O ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, lançou um alerta contundente sobre a postura da União Europeia (UE) em relação à China. Segundo ele, a UE não deve se comportar como um “adolescente geopolítico” diante da ascensão chinesa, enfatizando a necessidade urgente de fortalecer sua integração interna e alcançar uma autonomia estratégica real para defender seus interesses globais.
Contexto geopolítico: a ascensão da China e os desafios para a UE
Nas últimas décadas, a China consolidou-se como uma potência econômica e política global, ampliando sua influência através de investimentos estratégicos, avanços tecnológicos e expansão militar. Para a UE, essa ascensão representa um desafio complexo, já que o bloco europeu precisa equilibrar interesses comerciais significativos com preocupações relativas à segurança, soberania tecnológica e valores democráticos.
O alerta de Durão Barroso: por que a UE não pode ser um “adolescente geopolítico”?
Barroso utiliza a metáfora do “adolescente geopolítico” para destacar que a UE ainda está em processo de amadurecimento político e estratégico, com limitações para agir de forma unificada e independente no cenário internacional. Ele aponta para a ausência de uma política externa comum forte e uma defesa comum eficaz, que resultam em decisões fragmentadas e dependência de outras potências, especialmente os Estados Unidos.
A importância da autonomia estratégica europeia
A autonomia estratégica refere-se à capacidade da UE de tomar decisões e implementar políticas nas áreas de segurança, defesa, tecnologia e economia sem depender de terceiros. Para Barroso, isso é vital para que a Europa proteja seus interesses, garanta sua segurança e mantenha sua relevância geopolítica num mundo multipolar.
Desafios para a integração e a autonomia
- Diversidade dos interesses nacionais: Os Estados-membros possuem perspectivas e prioridades diferentes em relação à China, dificultando consensos rápidos e decisivos.
- Dependência econômica da China: Como um dos maiores parceiros comerciais da UE, a China fornece insumos essenciais para várias cadeias produtivas europeias.
- Capacidades militares limitadas: A defesa europeia ainda depende em grande parte da OTAN, dificultando ações autônomas.
Iniciativas em andamento na UE
Nos últimos anos, a UE tem investido em iniciativas para aumentar sua autonomia estratégica, como o Fundo Europeu de Defesa, programas de soberania digital e políticas comerciais que visam proteger setores sensíveis contra práticas comerciais desleais.
Conclusão
A advertência de Durão Barroso é um chamado à Europa para que supere divisões internas e fortaleça seus mecanismos de decisão conjunta. A crescente influência da China exige que a UE atue de forma madura, coesa e autônoma, assegurando seu papel como protagonista no cenário global do século XXI.
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