Venezuela interdita fronteira com o Brasil até segunda-feira (13)

Bandeiras do Brasil e da Venezuela lado a lado, simbolizando a relação diplomática entre os dois países em meio ao fechamento temporário da fronteira.
Fechamento da fronteira entre Brasil e Venezuela até segunda-feira (13), após tensões políticas e acusações de fraude nas eleições venezuelanas.

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, anunciou que a fronteira entre a Venezuela e o Brasil será fechada temporariamente até segunda-feira, 13 de janeiro de 2025. A medida foi determinada pelas autoridades venezuelanas.

O Itamaraty emitiu um comunicado, orientando cidadãos brasileiros que se encontram na Venezuela sobre como proceder caso necessitem de assistência consular. Para esses casos, os brasileiros poderão entrar em contato com os plantões consulares da Embaixada do Brasil em Caracas pelo número +58 414 3723337 e do Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén, pelo número +58 424 9551570, ambos com atendimento via WhatsApp.

O fechamento da fronteira ocorre em um momento de intensa instabilidade política na Venezuela. Em uma cerimônia realizada ontem na Assembleia Nacional em Caracas, Nicolás Maduro tomou posse para seu terceiro mandato como presidente, que vai de 2025 a 2031. Durante seu discurso, Maduro afirmou que as tentativas de impedir sua reeleição falharam.

A disputa política pelo cargo de presidente gerou uma série de tensões internas e internacionais. Diversos países têm questionado a legitimidade do processo eleitoral, acusando fraudes nas urnas. A véspera da posse foi marcada por um clima de animosidade, com intensas trocas de acusações entre a oposição e os governistas, além de prisões de membros da oposição.

A Agência Brasil reportou, no dia 9 de janeiro, que a principal figura da oposição, María Corina Machado, foi detida durante um protesto. A organização Comando Com Venezuela divulgou que ela foi forçada a gravar vídeos negando sua detenção, uma exigência para sua liberação. As autoridades venezuelanas alegaram que a ex-deputada inventou a história da prisão como uma tentativa de prejudicar a posse presidencial de Maduro, que ocorreu no dia 10 de janeiro. Além disso, o governo afirmou que os protestos têm sido fracos e com pouca adesão popular.

Três dias antes da posse de Maduro, Enrique Márquez, ex-candidato à presidência pela oposição e líder do partido Centrados, também foi preso sob a acusação de tentar um golpe de Estado. Segundo as autoridades venezuelanas, Márquez estava articulando uma posse paralela com o opositor Edmundo González, a ser realizada em uma embaixada venezuelana no exterior.

As relações diplomáticas entre a Venezuela e o Brasil passaram a ser ainda mais tensas após críticas públicas de Nicolás Maduro. O presidente venezuelano acusou o Brasil de ter vetado sua entrada no Brics, durante a cúpula da organização em Kazan, na Rússia, em novembro. A situação gerou desentendimentos não só com o Brasil, mas também com a Argentina e o Paraguai.

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