![2025-02-27T110108Z_2028131162_RC2FACAW4639_RTRMADP_3_CANADA-POLITICS-ONTARIO-1740710740 O primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, fala com jornalistas durante uma reunião de líderes provinciais e territoriais em Ottawa, Ontário, Canadá, em 15 de janeiro de 2025 [Blair Gable/Reuters]. Fonte: Al Jazeera](https://xn--hojenomundopoltico-uyb.com/wp-content/uploads/2025/02/2025-02-27T110108Z_2028131162_RC2FACAW4639_RTRMADP_3_CANADA-POLITICS-ONTARIO-1740710740-678x381.webp)
Em uma virada política marcada por intensas disputas comerciais, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, e seu Partido Conservador Progressista conquistaram a terceira maioria legislativa consecutiva em uma eleição que teve como eixo central as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Uma Campanha Focada em Defesa Econômica
A eleição, convocada de forma antecipada por Ford, refletiu a crescente preocupação dos eleitores sobre os impactos das medidas protecionistas defendidas pelo presidente americano Donald Trump. Durante a campanha, Ford posicionou-se como o defensor dos interesses de Ontário – a província que abriga aproximadamente 40% da população canadense e é um dos principais motores econômicos do país. Com slogans marcantes como “Canada is Not for Sale”(O Canadá Não Está à Venda) e a autodenominação de “Captain Canada”(Capitão Canadá), ele prometeu lutar com unhas e dentes contra as tarifas que poderiam prejudicar não apenas a economia local, mas também o comércio bilateral entre Canadá e Estados Unidos.
Resultados e Reações
Com pelo menos 74 dos 124 assentos da Assembleia Legislativa de Ontário garantidos, os conservadores asseguraram o que Ford chamou de “o maior mandato da história da província”. Em suas declarações pós-votação, o líder conservador enfatizou que sua vitória seria a base para uma defesa robusta dos empregos, das famílias e dos negócios ontarianos. “Eu vou lutar com todas as minhas forças contra Donald Trump,” afirmou Ford, destacando a importância de uma resposta firme às medidas comerciais adversas.
Estratégias e Desafios Comerciais
Durante a campanha, Ford não se limitou à retórica nacional. Ele realizou viagens a Washington, D.C., participou de programas em redes de TV americanas e defendeu publicamente a necessidade de proteger Ontário dos efeitos devastadores que as tarifas poderiam trazer. Entre suas propostas, estava a de impor tarifas sobre a eletricidade exportada para os Estados Unidos, caso as medidas tarifárias continuassem, sinalizando uma resposta direta às políticas de Trump.
Críticos, no entanto, questionaram a decisão de convocar a eleição, argumentando que as negociações com a administração dos EUA seriam de responsabilidade do governo federal. Mesmo assim, a vitória eleitoral de Ford pode ser vista como um mandato popular para enfrentar o cenário de incertezas econômicas, especialmente em um contexto onde mais de 80% das exportações de Ontário se destinam aos Estados Unidos.
Impactos no Cenário Econômico
A dependência econômica de Ontário em relação ao mercado americano torna a disputa tarifária um tema sensível. A província não só é um polo industrial, com destaque para o setor automotivo – que abriga operações de gigantes como Honda, Toyota, Ford e General Motors – como também é um importante centro tecnológico com milhares de empresas e centenas de milhares de empregos. Assim, qualquer mudança na política comercial dos EUA tem o potencial de desencadear efeitos significativos na economia local.
Conclusão
A reeleição de Doug Ford reflete uma determinação clara dos eleitores ontarianos em proteger sua economia contra medidas externas que possam gerar instabilidade e insegurança. Enquanto as tensões comerciais entre Canadá e Estados Unidos continuam a aquecer, o mandato de Ford surge como um sinal de alerta e, ao mesmo tempo, de esperança de que a província possa enfrentar e mitigar os desafios impostos pelo cenário global atual. Com o próximo capítulo das negociações e possíveis medidas tarifárias se aproximando, Ontário se prepara para um período de intensas disputas comerciais que terão reflexos diretos no cotidiano e na economia dos canadenses.
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