Soyuz MS-26 retorna à Terra: astronautas da NASA e da Rússia encerram missão de 220 dias na ISS

Astronauta da NASA Donald Pettit sendo levado para tenda médica após pouso da Soyuz MS-26 com cosmonautas russos Alexey Ovchinin e Ivan Vagner em Dzhezkazgan, Cazaquistão, 20 de abril de 2025.
Astronauta da NASA, Donald Pettit, sendo levado para uma tenda médica logo após o pouso da Soyuz MS-26, em 20 de abril de 2025, próximo a Dzhezkazgan, Cazaquistão. Pettit retornou à Terra com os cosmonautas russos Alexey Ovchinin e Ivan Vagner após uma missão de 220 dias na Estação Espacial Internacional. Foto: Bill Ingalls/NASA via AP./ Reuters

Fizemos um artigo intitulado Cooperação Espacial em Foco: A Missão Soyuz e o Legado da Colaboração Internacional e, hoje, trazemos a atualização sobre o retorno da Soyuz MS-26 à Terra.

Pouso bem‑sucedido no Cazaquistão

Na manhã de domingo, 20 de abril de 2025, a cápsula Soyuz MS‑26 aterrissou com segurança no estepe cazaque, a sudeste de Dzhezkazgan, às 6h20 (01:20 UTC). A bordo estavam os cosmonautas russos Alexey Ovchinin e Ivan Vagner, além do astronauta norte‑americano Donald Pettit, que celebrou seu 70º aniversário na mesma data em que retornou à Terra.

Detalhes da missão e trajetória orbital

Lançada em 11 de setembro de 2024 pelo Cosmódromo de Baikonur, a Soyuz MS‑26 permaneceu acoplada à ISS por 220 dias, realizando 3.520 órbitas ao redor da Terra e percorrendo mais de 150 milhões de quilômetros. A cápsula tocou o solo com auxílio de paraquedas, seguindo os procedimentos das agências espaciais Roscosmos e NASA.

Perfil dos tripulantes

  • Donald Pettit (NASA): Com essa missão, acumulou 590 dias em órbita ao longo de quatro voos espaciais.
  • Alexey Ovchinin (Roscosmos): Agora soma 595 dias no espaço, em quatro missões.
  • Ivan Vagner (Roscosmos): Completou 416 dias em órbita, distribuídos em duas viagens espaciais.

Experimentos e avanços científicos

Durante a Expedição 71/72, os tripulantes participaram de experimentos cruciais para a exploração espacial futura. Entre eles:

  • Impressão 3D de metais em microgravidade
  • Tecnologias de sanitização de água
  • Estudo de crescimento de plantas
  • Comportamento do fogo no espaço

Essas pesquisas são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias autossustentáveis em ambientes isolados e hostis, como a Lua e Marte.

Citações de especialistas

“Esses testes de fabricação e reciclagem em órbita são os alicerces da autonomia espacial que precisaremos em missões de longa duração”, afirmou Dr. Marcus Heller, engenheiro de sistemas da NASA.

“O estudo do fogo e da água em microgravidade tem impacto direto na segurança e na habitabilidade das futuras colônias lunares e marcianas”, explicou Dra. Elise Bernard, cientista da ESA especializada em habitabilidade espacial.

Cooperação internacional em tempos difíceis

Apesar da guerra na Ucrânia e do rompimento de várias parcerias ocidentais com a Rússia, a cooperação espacial entre Roscosmos e NASA continua sendo uma das poucas áreas de colaboração ativa. A chegada da Soyuz MS‑27 à ISS, dias antes, com o astronauta Jonny Kim e dois cosmonautas russos, reforça esse intercâmbio funcional.

Impacto futuro

A missão Soyuz MS-26 reforça a preparação para futuras viagens de longa duração, como as previstas no programa Artemis para a Lua e, posteriormente, Marte. A permanência prolongada dos tripulantes e os experimentos realizados indicam um avanço promissor na autonomia tecnológica em ambientes espaciais extremos — um passo fundamental para a expansão humana além da órbita terrestre.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*