Sanções americanas visam redes de petróleo e petroquímicos iranianos antes de nova rodada de negociações

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, participa de uma reunião da Força-Tarefa de Erradicação do Viés Anti-Cristão no Departamento de Justiça em Washington, D.C., EUA, 22 de abril de 2025.
Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA, durante a reunião da Força-Tarefa de Erradicação do Viés Anti-Cristão no Departamento de Justiça, em Washington, D.C., no dia 22 de abril de 2025.REUTERS/Ken Cedeno/File Photo

Na quarta-feira, o Departamento de Estado dos EUA anunciou sanções contra sete entidades sediadas nos Emirados Árabes Unidos, Turquia e Irã, além de dois navios, acusados de facilitar o comércio ilícito de petróleo e produtos petroquímicos iranianos. A medida ocorre poucos dias antes da retomada das negociações sobre o programa nuclear de Teerã, marcada para início de maio em Roma, em um esforço de Washington para intensificar a pressão sobre o regime iraniano.

Alvos das sanções

O anúncio identificou:

  1. Redes de vendedores e compradores envolvidos no comércio ilícito de petroquímicos iranianos.
  2. Um comprador de centenas de milhões de dólares desses produtos.
  3. Sete entidades corporativas intermediárias, localizadas em Dubai, Istambul e Teerã.
  4. Dois navios usados no transporte disfarçado de carga petrolífera.

O secretário de Estado, Marco Rubio, ressaltou que o objetivo é cortar as fontes de receita que financiam o programa nuclear e atividades regionais do Irã .

Impacto econômico e diplomático

  • Econômico: As sanções dificultam transações bancárias e de seguro para transporte de petróleo iraniano, elevando custos e riscos para compradores, especialmente na Ásia.
  • Diplomático: A ação sinaliza dureza de Washington antes das conversas em Roma, onde outros signatários do acordo de 2015 (Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China) tentarão mediar um retorno gradual ao cumprimento mútuo do pacto.

Próxima rodada de negociações em Roma

As negociações, a primeira desde o início de 2025, visam definir um roteiro para:

  • Reativação do acordo nuclear, com verificações da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
  • Suspensão gradual das sanções em troca de limites ao enriquecimento de urânio.

Em 2 de maio de 2025, diplomatas do Irã e dos três países europeus signatários do acordo nuclear de 2015 — Reino Unido, França e Alemanha — se reunirão em Roma para discutir especificamente os parâmetros do programa nuclear iraniano, incluindo níveis máximos de enriquecimento e número de centrífugas permitidas. Essa sessão antecede o encontro mais amplo com os EUA e demais signatários do acordo de 2015 .

No sábado, 3 de maio de 2025, acontecerá a rodada de negociações entre os Estados Unidos e o Irã, também em Roma. Essa reunião segue as conversas preliminares realizadas em Muscat, Omã, e tem como objetivo avançar nas discussões sobre o programa nuclear iraniano .

Reações e perspectivas

  • Teerã: Afirma que seu programa é pacífico e condiciona qualquer concessão à remoção imediata das sanções “ilegítimas”.
  • Europa (E3): Os ministros das Relações Exteriores de Reino Unido, França e Alemanha realizaram videoconferência com seus pares iranianos, expressando disposição em oferecer incentivos econômicos — como facilitação de investimentos e acesso a mercados financeiros — caso o Irã retome os limites de enriquecimento de urânio de 2015.
  • China e Índia: Principais compradores de petróleo iraniano, resistem à pressão total dos EUA, demandando garantias de fornecimento estável.

Conclusão

As sanções de abril de 2025 reforçam a estratégia de “máxima pressão” de Washington, buscando cortar receitas que financiam o programa nuclear iraniano e projetos de influência regional. As reuniões de 2 e 3 de maio em Roma — primeiro com a Europa e depois com os EUA — podem ser decisivas para estabelecer parâmetros técnicos e diplomáticos de um possível retorno ao acordo de 2015, equilibrando contenção nuclear e alívio de sanções.

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