Houthis do Iêmen lançam mísseis contra Israel; Exército israelense diz ter interceptado

Yahya Saree, porta‑voz militar do grupo Houthi, faz um discurso em solidariedade aos palestinos e à Faixa de Gaza, condenando Israel e os EUA, em Sanaa, em 2 de maio de 2025.
Yahya Saree, porta‑voz dos Houthis, em discurso durante um comício em apoio aos palestinos, em Sanaa, no Iémen, em 2 de maio de 2025. [Mohammed Huwais/AFP]/ Al Jazeera

Na manhã de 2 de maio de 2025, o movimento Ansar Allah (conhecido como Houthis) no Iêmen reivindicou o lançamento de dois mísseis em direção ao norte de Israel, com alvos na base aérea de Ramat David e na região metropolitana de Tel Aviv. O Exército de Defesa de Israel (IDF) informou ter interceptado ambos os projéteis antes que causassem danos ou vítimas.

Operação Houthi e uso de míssil hipersônico

O porta‑voz houthi, Brig.‑Gen. Yahya Saree, declarou que um dos mísseis era um “Palestine‑2” hipersônico, desenhado para penetrar defesas antiaéreas a alta velocidade e atingir com precisão alvos estratégicos. Segundo Saree, o ataque “atingiu com sucesso seu destino” — afirmação contestada pelo IDF, que mantém que seus sistemas de defesa funcionaram conforme planejado.

Interceptação e alerta à população

Alarmes soaram em cidades do norte de Israel, incluindo Haifa e o Vale Jezreel. As autoridades locais confirmaram nenhum ferido e nenhum dano material após a interceptação dos dois mísseis. O IDF afirmou que a análise do segundo interceptador ainda está em curso para confirmar o êxito completo da derrubada.

Escalada no Mar Vermelho e resposta dos EUA

O ataque ocorre num momento de intensificação das operações militares dos EUA no Iêmen, iniciadas em 15 de março de 2025, em retaliação aos ataques houthi a embarcações comerciais no Mar Vermelho e ao próprio território israelense. A Carrier Strike Group liderada pelo USS Harry S. Truman teve sua permanência estendida na região para reforçar a pressão sobre os rebeldes.

Impacto humanitário e direito internacional

Organizações de direitos humanos, como a Airwars, estimam que entre 27 e 55 civis foram mortos em março em decorrência dos confrontos no Iêmen, com números ainda maiores em abril, após bombardeios em portos e áreas urbanas .
O porta‑voz da ONU, Stephane Dujarric, lembrou que “todas as partes devem respeitar o direito internacional humanitário, incluindo a proteção de civis”.

Reações internacionais

  • Israel: O IDF declarou que “todas as tentativas de ataque serão contestadas vigorosamente” e que fortalecerá ainda mais suas defesas aéreas.
  • Houthis: Prometem continuar os ataques até que Israel aceite uma trégua permanente em Gaza, condicionando o cessar-fogo ao fim das operações militares israelenses no enclave.
  • Estados Unidos e Reino Unido: Mantêm ataques pontuais contra infraestrutura houthi no Iêmen, apesar de críticas de senadores democratas americanos pela falta de transparência sobre vítimas civis.

Cenários futuros e implicações

  1. Para Israel, a ameaça de mísseis hipersônicos exige atualização de sistemas antiaéreos e reforço da cooperação com aliados em tecnologia de defesa.
  2. Para os Houthis, a escalada pode consolidar sua posição negociadora, mas também intensificar a resposta militar dos EUA e de parceiros regionais.
  3. Para a população civil, cresce o risco de crises humanitárias no Iêmen, já devastado pela guerra civil, e possíveis interrupções em rotas comerciais no Mar Vermelho.

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