Míssil dos Houthis atinge área próxima ao aeroporto de Ben Gurion

Emergência no local do ataque a míssil lançado do Iémen perto do Aeroporto Ben Gurion, Israel, em 4 de maio de 2025.
Equipes de emergência trabalham no local do ataque a míssil lançado pelos Houthis do Iémen, nas proximidades do Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, Israel, em 4 de maio de 2025. Foto: REUTERS/Nir Elias.

Um míssil disparado pelos rebeldes Houthis do Iêmen caiu neste domingo nas imediações do Aeroporto Internacional de Ben Gurion, provocando pânico entre passageiros e criando uma nuvem de fumaça visível do terminal. O grupo, alinhado ao Irã, reivindicou o ataque como demonstração de solidariedade aos palestinos em Gaza.

Dinâmica do ataque e reivindicação

Segundo o porta‑voz militar houthi, Yahya Saree, o disparo foi intencionalmente direcionado ao “principal aeroporto de Israel”, que “não é mais seguro para viagens aéreas”. A ação faz parte de uma série de lançamentos de mísseis iniciados após o fim da trégua em Gaza, em março de 2025, e intensificados nas últimas semanas

Impacto imediato e resposta de segurança

Autoridades do aeroporto informaram que o míssil atingiu uma via de acesso junto ao estacionamento do Terminal 3, abrindo uma cratera de “dezenas de metros de diâmetro e profundidade”, conforme relato do comandante da polícia israelense, Yair Hetzroni. Não foram registrados danos estruturais ao terminal.

  • Vítimas: O serviço de ambulâncias de Israel atendeu oito feridos leves a moderados, incluindo três com lesões na cabeça e membros.
  • Operações de voo: Decolagens e pousos chegaram a ser suspensos por cerca de 30 minutos; em seguida, foram normalizados. Ainda assim, companhias como Air India, TUS Airways e Lufthansa cancelaram alguns voos, e rotas para Newark (EUA) e JFK tiveram atrasos de aproximadamente 90 minutos.

Reações oficiais e possível retaliação

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou: “Quem nos faz mal será castigado sete vezes mais”. O primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu convocou para hoje uma reunião de emergência com ministros de segurança e chefes militares para avaliar respostas. Fontes do Canal 12 de Israel indicam que planos para ampliar a ofensiva em Gaza estão praticamente finalizados.

Contexto geopolítico e humanitário

O ataque ocorre num momento de escalada regional, marcada por:

  • Operações dos Houthis: Desde o final de 2023, o grupo tem lançado mísseis contra navios no Mar Vermelho e alvos em Israel, em retaliação à ofensiva israelense em Gaza, deflagrada após o ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e mais de 50.000 palestinos mortos no enclave.
  • Resposta dos EUA: Em março de 2025, os EUA bombardearam posições houthis no Iêmen — maior operação militar americana no Oriente Médio desde janeiro de 2021 — para proteger a navegação no Mar Vermelho e dissuadir novos ataques.

Análise das implicações

  1. Segurança aérea vulnerável: Mesmo com o sistema Iron Dome, o ataque expõe lacunas na defesa de infraestruturas civis críticas.
  2. Efeito psicológico: O acionamento de sirenes em Tel Aviv e Jerusalém e o pânico no terminal reforçam o impacto intimidatório desses disparos.
  3. Escalada de retaliações: A promessa de resposta “sete vezes” e a possível expansão da ofensiva em Gaza apontam para um ciclo de ação e reação, com risco de envolvimento indireto de Irã e EUA.

Atualização

  • Sistemas de defesa adicionais: Hoje, o Exército de Israel anunciou a instalação de um novo radar de longo alcance no deserto da Judeia, visando melhorar a detecção precoce de mísseis vindos do sul (fonte militar israelense, comunicado interno).
  • Posicionamento da ONU: O Conselho de Segurança realizou sessão emergencial nesta manhã, pedindo moderação e alerta para o risco de crise humanitária ampliada em Gaza (declaração oficial da ONU).

Conclusão: Uma Escalada de Tensão no Oriente Médio

O ataque de míssil dos Houthis perto de Ben Gurion não é apenas um incidente isolado, mas um reflexo das crescentes tensões no Oriente Médio, onde múltiplos conflitos regionais se entrelaçam. Enquanto Israel se prepara para uma possível retaliação, a comunidade internacional observa atentamente as implicações dessa escalada.

O ataque reforça a vulnerabilidade de infraestruturas civis críticas, como aeroportos internacionais, que se tornam alvos de grupos não estatais cada vez mais ousados. A resposta de Israel, que já promete uma retaliação forte, e as ameaças contínuas dos Houthis sugerem que o ciclo de violência está longe de ser resolvido. O risco de um envolvimento maior de potências como os EUA e o Irã também aumenta, tornando o futuro da segurança regional incerto.

Por fim, enquanto o mundo aguarda uma solução diplomática para os conflitos em Gaza, Iémen e além, é essencial que se considere o impacto humanitário das ações de ambos os lados. A busca por paz permanece distante, enquanto os ataques continuam a intensificar a sensação de insegurança e instabilidade no Oriente Médio.

Imagens do impacto do míssil disparado pelos Houthis do Iémen nas proximidades do Aeroporto Ben Gurion, em Israel, com reações de emergência e relatos de danos materiais e feridos.






Momento do impacto de um míssil balístico dos Houthis do Iémen, atingindo uma área perto do Aeroporto Ben Gurion, em Israel. As operações aéreas do aeroporto foram suspensas temporariamente em decorrência do ataque.


Imagens da cratera formada pelo impacto de um míssil dos Houthis do Iémen nas proximidades do Aeroporto Ben Gurion. Caso o ataque tivesse atingido uma área ocupada, os danos e as vítimas poderiam ser muito maiores.


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