Cooperação Estratégica Reino Unido‑Austrália: AUKUS, Apoio à Ucrânia e Perspectivas Futuras

Primeiros-ministros Keir Starmer do Reino Unido e Anthony Albanese da Austrália durante reunião bilateral na Cúpula das Cabeças de Governo da Commonwealth em Samoa, outubro de 2024.
"Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, e Anthony Albanese, primeiro-ministro australiano, durante encontro bilateral na Cúpula das Cabeças de Governo da Commonwealth em Samoa, em 25 de outubro de 2024.Stefan Rousseau/Pool via REUTERS/File Photo

Em 4 de maio de 2025, o primeiro‑ministro britânico Keir Starmer telefonou para seu homólogo australiano Anthony Albanese, recém‑reeleito, para parabenizá‑lo e alinhar ambições em defesa e segurança. No centro da conversa esteve o reforço do AUKUS — pacto trilateral de defesa entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos — e o compromisso contínuo de ambos com o apoio à Ucrânia. Este artigo revisa, em tom analítico e jornalístico, os termos do acordo, acrescenta detalhes técnicos e financeiros do programa de submarinos e incorpora insights recentes sobre o contexto político que molda essa parceria.

Principais Acordos da Chamada de 4 de Maio de 2025

TemaAcordos principais
Data da ligação4 de maio de 2025, manhã (Hora de Londres)
Apoio à UcrâniaManutenção de envios de armamentos, compartilhamento de inteligência e coordenação diplomática para sanções.
AUKUS — SubmarinosElevação de metas para transferência de tecnologia; envio do representante Sir Stephen Lovegrove a Canberra nas próximas semanas.
CibersegurançaCriação de centro conjunto em Canberra para defesa cibernética e proteção de infraestruturas críticas.
Treinamento militarExpansão de exercícios navais e aéreos no Indo‑Pacífico; intercâmbio de oficiais entre Royal Navy e US Navy.

Detalhes Adicionais sobre o Projeto de Submarinos AUKUS

Modelos e Capacidades Tecnológicas

O programa AUKUS prevê a construção de submarinos classe Attack (SSN‑AUKUS), co‑desenvolvidos pelo Reino Unido e Estados Unidos para equipar a Marinha Real Australiana:

  • Propulsão nuclear: reator de alta eficiência com autonomia operacional de até 30 anos sem reabastecimento, permitindo patrulhas de mais de 90 dias contínuos.
  • Sistemas de sonar avançados: casco integrado (ICSS) e flank arrays, com alcance de detecção de até 200 km em modo passivo e ativo.
  • Armamento diversificado: torpedos Spearfish, mísseis de cruzeiro Tomahawk, minas inteligentes e capacidade de lançar drones subaquáticos para reconhecimento remoto.
  • Stealth e contramedidas: revestimento anecoico de nova geração e sistemas automáticos de lançamento de iscas acústicas e elétricas contra torpedos.

Essas inovações tornarão os SSN‑AUKUS entre os submarinos mais furtivos e letais em operação, alterando o equilíbrio de poder no Indo‑Pacífico e elevando os padrões da indústria global de defesa.

Apoio Financeiro e Logístico

Financiamento Compartilhado

Estimativa de £50 bilhões para a frota australiana de submarinos classe Attack ao longo de três décadas, distribuída conforme:

PaísContribuição (%)Responsabilidades Principais
Austrália70%Construção em Adelaide; treinamento de tripulações
Reino Unido20%Transferência de tecnologia; engenharia naval
Estados Unidos10%Suporte em reatores nucleares e sistemas de combate

Cadeia de Suprimentos e Manutenção

  • Estaleiros: construção em Osborne (Austrália) sob supervisão técnica britânica; módulos de casco e reatores fornecidos pelo UK.
  • Treinamento: oficiais australianos em cursos na Royal Navy e US Navy, incluindo manutenção de reatores e guerra eletrônica.
  • Suporte contínuo: contrato de 20 anos para manutenção estratégica, com rotas logísticas estabelecidas entre Portsmouth, Pearl Harbor e Perth.

Essa estrutura busca reduzir atrasos e sobre custos, aproveitando a expertise de cada parceiro.

Contexto Político e Orçamentário

A vitória ampliada do Partido Trabalhista de Albanese reforça sua margem no Parlamento, mas o governo tem evitado compromissos drásticos em aumento de gastos de defesa, equilibrando estabilidade fiscal e alianças estratégicas. Analistas apontam que, embora favorável ao AUKUS, o novo mandato prioriza políticas domésticas, deixando o detalhamento orçamentário sob escrutínio parlamentar nas próximas sessões.

Conclusão

A chamada de 4 de maio de 2025 simboliza um passo decisivo na consolidação de uma aliança ocidental reforçada, capaz de projetar poder e tecnologia no Indo‑Pacífico e de sustentar a pressão contra a Rússia em apoio à Ucrânia. A integração aprofundada no AUKUS, com submarinos SSN‑AUKUS de última geração e um robusto arranjo financeiro‑logístico, demonstra a ambição compartilhada de Reino Unido e Austrália. Nas semanas seguintes, a visita de Sir Stephen Lovegrove a Canberra será crucial para converter essas metas em cronogramas e contratos efetivos.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*