China e Indonésia reforçam “verdadeiro multilateralismo”

Primeiro-ministro chinês Li Qiang participa da 27ª Cúpula ASEAN-China no Centro Nacional de Convenções em Vientiane, Laos, 10 de outubro de 2024.
Li Qiang, primeiro-ministro da China, durante a 27ª Cúpula ASEAN-China realizada em Vientiane, Laos, em 10 de outubro de 2024. Foto REUTERS/Athit Perawongmetha.

Em visita oficial de dois dias a Jacarta, o primeiro-ministro chinês Li Qiang afirmou que China e Indonésia aprofundarão esforços para estabelecer um verdadeiro multilateralismo. A declaração foi feita em evento com líderes empresariais e chega em um momento de tensão entre as grandes potências comerciais.

Fundamento das relações bilaterais

Após o anúncio de tarifas americanas sobre importações chinesas, Pequim intensificou sua presença no sudeste asiático. Apesar de adiamentos pontuais e da recente pausa negociada entre China e EUA, a Indonésia — cujo principal parceiro comercial é a China — busca diversificar mercados e equilibrar interesses entre as duas potências.

Discurso de Li Qiang: pilares e propostas

Li definiu o “verdadeiro multilateralismo” como um sistema baseado em respeito à soberania, benefícios compartilhados e não intervenção em assuntos internos. Convocou empresas indonésias a se unirem à Nova Rota da Seda e projetou investimentos conjuntos em infraestrutura, energia renovável e tecnologia digital.

Perspectiva de Jacarta e ênfase em tecnologia

O presidente Prabowo Subianto descreveu a aliança com a China como essencial para a estabilidade regional. Citou o papel de Pequim na defesa dos países em desenvolvimento e destacou a colaboração em indústria de defesa, transferência de know-how e capacidade de manufatura avançada para acelerar o processo de industrialização da Indonésia.

Avanços concretos e próximos passos

Na manhã deste domingo, 25 de maio de 2025, data em que o artigo será publicado, Li e Prabowo assinarão memorandos de entendimento que abrangem:

  • Mineração e recursos naturais: criação de joint ventures para exploração sustentável.
  • Energia renovável: projetos-piloto de solar e eólica em regiões estratégicas.
  • Logística portuária: modernização de terminais para ampliar o comércio intrarregional.

Em seguida, Li viajará à Malásia para participar da Cúpula ASEAN-GCC-China, ampliando o diálogo sobre segurança, comércio e mudança climática.

Impactos regionais e balanceamento de poder e balanceamento de poder

Analistas apontam que a ofensiva diplomática chinesa busca contrabalançar a influência dos EUA no Indo-Pacífico. Já a Indonésia adota uma diplomacia pragmática, aproveitando incentivos de ambas as potências para impulsionar seu crescimento econômico sem comprometer a autonomia.

Conclusão


A visita de Li Qiang sela uma etapa de cooperação mais intensa entre China e Indonésia, focada em projetos de longo prazo. O conceito de “verdadeiro multilateralismo” proposto por Li reflete a ambição de Pequim em reformular a governança global, enquanto Jacarta aproveita o momento para consolidar parcerias que acelerem sua modernização industrial e econômica.

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