
Horas antes, ao se preparar para um dos voos mais longos da sua malha, o Boeing 787-8 Dreamliner da Air India partiu de Ahmedabad rumo a Londres. Em questão de segundos, contudo, a esperança de um trajeto tranquilo se transformou em tragédia: a aeronave emitiu um sinal de socorro (“Mayday”), perdeu comunicação com o controle de tráfego e se chocou contra o alojamento de um colégio médico durante o horário de almoço.
Mortos, feridos e sobrevivência improvável
Dados oficiais divulgados pelo Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB) apontam para cerca de 294 vítimas fatais — entre passageiros, tripulantes e estudantes no interior do prédio. Havia 242 pessoas a bordo: 217 adultos, 11 crianças e 2 bebês; no solo, estudantes almoçavam quando as chamas consumiram parte do hostel.
Ao menos um passageiro sobreviveu: Ramesh Vishwashkumar, em 11A, junto a uma saída de emergência, foi lançado contra estruturas antes de se arrastar até socorro. Seu relato — publicado pelo Hindustan Times — descreve o momento exato da explosão e o cenário de destruição.
Contexto e perfil da aeronave
- Modelo: Boeing 787-8 Dreamliner, em operação comercial desde 2011 e sem histórico de acidente fatal até então.
- Histórico do aparelho: Primeiro voo em 2013; entregue à Air India em janeiro de 2014.
- Motor: fornecido pela GE Aerospace; equipe técnica já está em solo indiano para análise de dados de voo.
Causas preliminares
Autoridades indicam dois sinais críticos:
- Trem de pouso estendido: vídeos capturados mostram o trem de pouso sem recolhimento, atípico para a fase de voo registrada.
- Ruído súbito: passageiros relataram um estrondo antes do impacto — indício de possível ruptura estrutural ou falha catastrófica.
Especialistas do NTSB dos EUA e da própria Boeing colaboram com a investigação, que aguarda a decodificação das caixas-pretas para apontar causas técnicas definitivas.
Repercussão nacional e global
- Mercado: as ações da Boeing recuaram 5% em Nova York no dia seguinte, refletindo preocupação de investidores com a segurança do modelo Dreamliner.
- Regulação: FAA (EUA), EASA (UE) e DGCA (Índia) monitoram de perto o caso; inspeções adicionais podem ser determinadas.
- Air India: parte do conglomerado Tata desde 2022 e fundida com a Vistara em 2024, a companhia vê seu plano de reposicionamento decolar sob forte pressão.
Impacto sobre o campus
O alojamento atingido fica em área central da faculdade de medicina. A direção anunciou suspensão imediata das atividades até a conclusão de perícia estrutural e ofereceu apoio psicológico aos estudantes.
Reações oficiais
- Primeiro-ministro Narendra Modi: decretou luto nacional e postou em suas redes: “Coração partido além das palavras.”
- Governo britânico: assistências consulares reforçadas para as 53 vítimas britânicas a bordo.
- Reino Unido: PM Keir Starmer classificou as imagens como “devastadoras”; o Palácio de Buckingham acompanha o desenrolar das investigações.
Histórico de segurança na Índia
O último acidente fatal no território nacional tinha sido em 2020 — o voo 1344 da Air India Express, cujo Boeing 737 saiu da pista em Kozhikode, matando 21 pessoas.
Próximos passos
A análise de caixas-pretas, vídeo de cabine e dados de telemetria deverá esclarecer falhas técnicas ou humanas. Relatórios preliminares são esperados em semanas; o relatório final deve levar até um ano.
Conclusão
Este episódio reabre o debate sobre segurança em decolagens e manutenção de sistemas críticos. À medida que as autoridades divulgam novas evidências, o mundo acompanha com atenção, aguardando lições que reforcem a confiança na aviação moderna.
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