
Nesta terça, 20 de maio de 2025, ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 50 civis em Gaza, incluindo mulheres e crianças, segundo fontes médicas locais. As operações atingiram residências, um abrigo escolar em Daraj e um acampamento de deslocados em Khan Younis, alimentando críticas de líderes internacionais e agravando o colapso humanitário na Faixa.
Contexto do Conflito
O atual ciclo de violência teve início em outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram comunidades israelenses, resultando em cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, de acordo com as autoridades de Israel. Desde então, a resposta militar israelense deixou mais de 53.000 palestinos mortos e deslocou virtualmente toda a população de 2,3 milhões de habitantes de Gaza. As operações se intensificaram novamente na última semana, com mais de 500 mortes registradas, segundo a mídia local.
Impacto Humanitário
A crise em Gaza atinge níveis extremos:
- Bloqueio de ajuda: Desde 2 de março de 2025, Israel mantém uma proibição quase total de entrada de suprimentos, permitindo apenas um fluxo mínimo de cinco caminhões de ajuda por dia, contra a necessidade estimada de 500 diários.
- Risco de fome: A ONU alerta que, sem reforço imediato, até 14.000 bebês podem morrer de inanição nas próximas 48 horas.
- Desnutrição infantil: Em maio de 2025, foram registrados mais de 66.000 casos de desnutrição grave em crianças, conforme dados da UNRWA e do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
- Colapso hospitalar: Hospitais como o Al‑Ahli operam no limite da capacidade, acumulando enterros diários e lidando com escassez crítica de insumos médicos.
Reações Internacionais
O crescente isolamento de Israel se expressa em declarações e possíveis medidas:
- Reino Unido, França e Canadá ameaçam sanções diplomáticas se as operações não cessarem e o fluxo de ajuda não for ampliado.
- França cogita a revisão de seu acordo de associação com Israel, caso a Ajuda não seja “imediata e massiva”.
- ONU: O secretário‑geral Antonio Guterres classificou os ataques como “inaceitáveis” e apelou por um cessar‑fogo imediato e assistência irrestrita.
Debate Interno em Israel
Dentro de Israel, o consenso político se rompe:
- Governo Netanyahu: Defende a ofensiva como necessária para libertar reféns e desmantelar a infraestrutura do Hamas, classificando o conflito como “guerra de civilização contra o barbarismo”.
- Oposição: Figuras como Yair Golan, ex‑general e líder da oposição centrista, alertam para o risco de Israel se tornar um “Estado pária” ao atacar civis indiscriminadamente.
Perspectivas e Caminhos para a Paz
Especialistas apontam caminhos urgentes:
- Cessar‑fogo temporário para garantir corredores humanitários.
- Mediação internacional, envolvendo Egito, Catar e Estados Unidos, para estabelecer termos de trégua.
- Monitoramento de ajuda por agências independentes, assegurando distribuição justa.
Analistas de relações internacionais enfatizam que a combinação de pressão diplomática e ajuda massiva é crucial para evitar uma catástrofe permanente.
Conclusão
Os novos bombardeios em Gaza aprofundam uma crise humanitária sem precedentes, testando limites do Direito Internacional Humanitário e exigindo resposta coletiva. Enquanto Israel reafirma sua estratégia militar, a comunidade global intensifica apelos por um cessar‑fogo imediato e o restabelecimento pleno de ajuda, fundamentais para qualquer perspectiva de paz duradoura.
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