Brasil Fortalece Laços Comerciais com a África ao Participar da 41ª Edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA) em Angola

Bandeira do Brasil sobreposta a um mapa da África, representando a cooperação comercial entre Brasil e países africanos na 41ª Feira Internacional de Luanda (FILDA), em Angola.
Ilustração da bandeira brasileira sobreposta a um mapa da África, simbolizando a estreita cooperação comercial reforçada na 41ª edição da FILDA, em Luanda, Angola.

Nos últimos cinco anos, o comércio entre o Brasil e os países africanos cresceu mais de 40%, refletindo um interesse crescente em parcerias comerciais e investimentos estratégicos. Nesse cenário promissor, a participação do Brasil na 41ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), realizada entre 22 e 27 de julho de 2025 em Angola, ganha ainda mais relevância. Organizada pela ApexBrasil, a FILDA é uma das maiores feiras multissetoriais da África, funcionando como uma importante vitrine para negócios e cooperação entre empresas de diversos setores.

Uma Relação Histórica que Ganha Nova Dimensão

A ligação entre Brasil e países africanos de língua portuguesa — Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe — tem raízes profundas, desde a herança cultural compartilhada até a cooperação política nas últimas décadas. Essa base histórica estabelece um terreno fértil para a construção de parcerias econômicas e comerciais robustas, que vêm sendo ampliadas por meio de ações concretas como a presença em feiras internacionais e missões empresariais.

FILDA: Plataforma Estratégica para o Crescimento Econômico

A FILDA é reconhecida por reunir milhares de expositores e visitantes de mais de 40 países, gerando negócios significativos. Em 2024, a feira movimentou mais de US$ 30 milhões em negócios imediatos e projetou uma geração adicional de US$ 520 milhões nos 12 meses seguintes para as empresas participantes. A expectativa para 2025 é superar esses números, com Angola se consolidando como um dos polos econômicos mais dinâmicos da África.

“A participação do Brasil na FILDA reafirma nosso compromisso em fortalecer a presença comercial na África, aproveitando as sinergias culturais e econômicas que nos unem aos países africanos de língua portuguesa,” afirmou Maria Clara Silva, diretora de promoção comercial da ApexBrasil.

Estratégia e Resultados da Delegação Brasileira

Coordenada pela ApexBrasil, a delegação brasileira realizou mais de 250 reuniões B2B, painéis e debates em setores estratégicos como infraestrutura, energia e tecnologia. Empresários destacaram o interesse em projetos de saneamento, modernização urbana e energias renováveis.

“Encontramos no mercado angolano oportunidades reais para aplicar nossas soluções em energias limpas, que já são referência no Brasil,” comentou João Pereira, CEO da EcoEnergia Brasil.

Além das negociações na FILDA, o Brasil ampliou sua atuação em 2025 com missões comerciais que geraram R$ 104,8 milhões em negócios prospectivos, demonstrando o potencial crescente dessa cooperação.

Setores de Interesse: Infraestrutura, Energia e Tecnologia

  • Infraestrutura: Com experiência em obras públicas e saneamento, o Brasil busca apoiar Angola em projetos de urbanização e redes de água e esgoto.
  • Energia: Soluções brasileiras em biomassa, solar e eólica são cada vez mais demandadas para diversificar a matriz energética africana.
  • Tecnologia: Softwares para gestão pública e telecomunicações mostram-se essenciais para a transformação digital dos países africanos.

Tendências Futuras: Transformação Digital e Economia Verde

O futuro do relacionamento comercial entre Brasil e África passa pela inovação. A transformação digital é um caminho inevitável, abrindo espaço para startups brasileiras atuarem em mercados africanos emergentes. Além disso, a economia verde — com foco em energias renováveis e práticas sustentáveis — representa uma área estratégica para investimentos bilaterais.

“O Brasil pode se destacar como parceiro na economia verde, combinando seu know-how com as necessidades de sustentabilidade do continente africano,” avalia Ana Torres, especialista em comércio exterior da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Desafios e Perspectivas

Apesar do potencial, o Brasil enfrenta forte concorrência de China, Turquia e Estados Unidos na África, além de barreiras burocráticas e necessidade de adaptação às demandas locais. No entanto, sua expertise em agronegócio tropical e infraestrutura sustentável cria uma vantagem competitiva para parcerias duradouras.

Conclusão

A participação do Brasil na 41ª FILDA reafirma a importância estratégica da África no planejamento econômico brasileiro. Ao consolidar parcerias em setores fundamentais, o país não só amplia seu mercado exportador, como também contribui para o desenvolvimento sustentável do continente africano. O fortalecimento dessas relações comerciais, baseadas em respeito histórico e cooperação econômica, abre caminhos para um futuro de crescimento mútuo e inovação.

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