He Lifeng Encabeça Primeira Reunião do Mecanismo Sino-Americano em Londres

He Lifeng em pé antes de sessão de fotos na Cúpula China-Reino Unido em Pequim, janeiro de 2025
O vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng aguarda para uma sessão de fotos antes da Cúpula de Serviços Financeiros China-Reino Unido, realizada em 11 de janeiro de 2025, em Pequim. (Foto: REUTERS/Florence Lo - Arquivo)

Entre os dias 8 e 13 de junho de 2025, o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng estará em Londres para presidir a primeira sessão do recém-criado Mecanismo de Consulta Econômica e Comercial China-EUA. Esta iniciativa, resultante da rodada inaugural de negociações em Genebra no início de maio, busca estabilizar a relação entre as duas maiores economias globais, reduzir tarifas e estabelecer canais permanentes de diálogo capaz de prevenir novas escaladas de conflitos comerciais.

Contexto das Negociações

Em maio de 2025, as delegações chinesa e americana encontraram-se em Genebra para sua primeira rodada formal de conversas, acordando em reduzir tarifas para níveis de 30% nos produtos norte-americanos e 10% nos chineses, com vigência até 12 de agosto de 2025. O sucesso parcial desta rodada levou à criação do Mecanismo de Consulta Econômica e Comercial, cujo objetivo é transformar medidas punitivas em decisões tomadas de forma coordenada.

Perfil de He Lifeng

Nascido em setembro de 1955, He Lifeng ocupa o cargo de vice-primeiro-ministro e integra o Politburo do Partido Comunista Chinês. Como ex-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, ele é visto como o principal arquiteto das políticas econômicas de Pequim e um dos aliados mais próximos de Xi Jinping. Sua vasta experiência em planejamento econômico e gestão de crises financeiras reforça a importância política desta missão em Londres.

Composição das Delegações e Agenda

Equipe Chinesa

  • He Lifeng (vice-primeiro-ministro)
  • Li Chenggang (vice-ministro do Comércio)
  • Liao Min (vice-ministro das Finanças)

Equipe Americana

  • Scott Bessent (Secretário do Tesouro)
  • Howard Lutnick (Secretário de Comércio)
  • Jamieson Greer (Representante de Comércio)

Itens Principais da Pauta

  1. Ampliação da Trégua Tarifária: discussão sobre prorrogar o corte de tarifas para além de 12 de agosto.
  2. Transferência de Tecnologia: estabelecimento de regras sobre exportação de semicondutores e IA.
  3. Agronegócio e Commodities: acordos de compra de soja, carne bovina e outros produtos para reduzir estoques.
  4. Digital e Serviços: inclusão de comércio digital, proteção de dados e abertura de setores de serviços financeiros.
  5. Mecanismo de Resolução de Disputas: operacionalização de um fórum para tratar reclamações futuras de modo célere.

Novidades e Informações Recentes

Chamada Presidencial: Em 6 de junho, Trump e Xi conversaram por telefone, renovando compromissos de manter as conversações ativas e planejando uma visita de alto nível à China no segundo semestre de 2025.
Reações de Mercado: Após o anúncio da reunião em Londres, o índice S&P 500 subiu 1,2%, enquanto o Nasdaq avançou 1,5%, refletindo otimismo moderado dos investidores.
Garantias de Acesso: Pequim sinalizou abertura para reduzir barreiras em serviços financeiros, concedendo maior licença a bancos e seguradoras dos EUA em sua zona de livre-comércio de Xangai.

Desafios e Implicações

Pressão Doméstica

Nos EUA, indústrias resilientes às tarifas exigem manutenção de proteções para evitar concorrência chinesa, limitando as concessões da Casa Branca. Na China, setores estratégicos temem perda de controle sobre tecnologia sensível.

Calendário Eleitoral Americano

Com as eleições presidenciais marcadas para novembro de 2025, decisões duradouras podem sofrer reviravoltas conforme a dinâmica política interna se intensifique.

Impacto Global

Um acordo consolidado pode reequilibrar cadeias globais de valor, reduzir incertezas para mercados emergentes e conter pressões inflacionárias. A ausência de progresso, por outro lado, arriscaria redirecionamento de investimentos para regiões alternativas, como Sudeste Asiático e Índia.

Perspectivas Futuras

Caso as conversas em Londres resultem em um plano de trabalho detalhado, é provável que delegações ministeriais adicionais se reúnam até setembro de 2025 para implementar medidas concretas. A eficácia do Mecanismo de Consulta será testada na resolução de disputas emergentes, e ambas as partes monitorarão atentamente o cumprimento dos compromissos tarifários.

Conclusão

A reunião em Londres representa mais do que uma etapa técnica em negociações comerciais: trata-se de um marco simbólico na tentativa de reconfigurar o relacionamento entre China e Estados Unidos sob um novo equilíbrio de poder. A presença de figuras de alto escalão como He Lifeng e Scott Bessent indica que ambas as potências estão dispostas a explorar soluções estruturais para evitar o retorno a um cenário de guerra tarifária. No entanto, os desafios domésticos e o calendário eleitoral norte-americano adicionam camadas de incerteza que exigirão paciência, pragmatismo e vontade política contínua de ambos os lados. O que está em jogo não é apenas o comércio bilateral, mas a arquitetura do sistema econômico global nas próximas décadas.

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