![AP25058164361371-1740643316 Uma bandeira da Coreia do Norte tremula ao vento, vista da vila da liberdade de Taesungdong, dentro da zona desmilitarizada em Paju, Coreia do Sul, em 24 de abril de 2018 [Lee Jin-man/AP]. Fonte: Al Jazeera](https://ejbbd5or267.exactdn.com/wp-content/uploads/2025/02/AP25058164361371-1740643316-678x381.webp?strip=all&lossy=1&ssl=1)
Na esteira de pesadas baixas e reconfigurações estratégicas no front da Ucrânia, novos desdobramentos indicam que a Coreia do Norte intensificou seu apoio à Rússia. Segundo avaliações recentes do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS), tropas norte-coreanas foram novamente destacadas para a região de Kursk, na Rússia, após um período de relativa inatividade que durou cerca de um mês.
Redução de Lacunas e Novo Envio de Tropas
Em comunicado divulgado à imprensa sul-coreana, o NIS ressaltou que Pyongyang efetuou o redesdobramento de soldados para as linhas de frente russas. Embora o exato número de reforços ainda esteja sob avaliação, os sinais apontam para uma intensificação do apoio militar da Coreia do Norte, que já havia enviado, na avaliação anterior, cerca de 11 mil combatentes para colaborar com a ofensiva de Moscou na Ucrânia.
Vulnerabilidades em Meio à Estratégia de Campo
Analistas de defesa observam que, apesar do reforço numérico, os soldados norte-coreanos podem enfrentar sérias desvantagens em campo. A falta de experiência em combates modernos e dificuldades na comunicação com os comandantes russos os colocam em uma posição de vulnerabilidade. Relatos de comandantes ucranianos sugerem que estes combatentes estão sendo empregados em ataques de alto risco, onde a exposição a drones e bombardeios de artilharia tem resultado em elevadas taxas de baixas. Em alguns relatos extremos, há a alegação de que os soldados foram instruídos a tomar medidas drásticas para evitar a captura.
Impacto e Números de Baixas
Os dados sobre as baixas entre os combatentes norte-coreanos ilustram a intensidade do conflito. Em janeiro, o NIS estimou que cerca de 300 soldados foram mortos e aproximadamente 2.700 ficaram feridos. Por outro lado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, elevou essa contagem para a marca de 4 mil entre mortos e feridos, ressaltando a dimensão trágica deste componente da guerra.
Uma Aliança em Consolidação
O recente incremento de tropas surge num contexto de estreitamento dos laços militares entre a Coreia do Norte e a Rússia. Em encontros de alto nível, incluindo reuniões realizadas em 2023 e em junho do mesmo ano, os líderes dos dois países demonstraram um compromisso crescente com a cooperação estratégica. A ratificação, em novembro, de um tratado de defesa mútua — que obriga ambos os países a oferecer assistência militar imediata em caso de agressão — é vista como um marco nesse alinhamento, reforçando a disposição de Pyongyang em apoiar Moscou, mesmo diante dos desafios e dos riscos crescentes no campo de batalha.
Conclusão
O redesdobramento de tropas norte-coreanas para a região de Kursk ressalta a complexidade e a volatilidade do conflito na Ucrânia. Embora o apoio de Pyongyang possa representar um reforço simbólico para a Rússia, as limitações táticas e a alta vulnerabilidade desses combatentes evidenciam os riscos de uma escalada que pode transformar a guerra em um cenário ainda mais imprevisível e sangrento. À medida que as avaliações continuam e novas informações surgem, a comunidade internacional observa com apreensão os desdobramentos dessa aliança militar atípica, cuja influência poderá reverberar por toda a dinâmica do conflito ucraniano.
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