Missão Diplomática em Paris reforça apelos por paz e segurança na Ucrânia

Emmanuel Bonne, Andriy Yermak, Andrii Sybiha, Rustem Umerov, Jonathan Powell, and Jens Plotner pose outside the Elysee Palace in Paris on April 17, 2025.
Emmanuel Bonne, conselheiro de política externa do presidente francês, posa com o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, o conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, Jonathan Powell, e o conselheiro de segurança nacional da Alemanha, Jens Plotner, após reunião no Palácio do Eliseu, em Paris, França, em 17 de abril de 2025. Fonte: Reuters

Hoje, 17 de abril de 2025, em Paris, uma delegação composta por autoridades europeias e ucranianas iniciou uma série de encontros de alto nível com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, com o objetivo de reforçar o apelo de Kiev por apoio e contestar as recentes aproximações de Washington a Moscou.

Contexto e Motivações

A iniciativa ocorre em meio a uma crescente apreensão europeia diante das sinalizações do governo Trump de flexibilizar sua postura em relação à Rússia, apesar do conflito russo‑ucraniano que já se arrasta por três anos e das tentativas fracassadas de cessar‑fogo até o momento . A proposta de cessar‑fogo apresentada por Trump em março foi aceita por Kiev, mas rejeitada por Moscou, e as partes concordaram apenas em limitar ataques a alvos energéticos e marítimos, medidas que ambos os lados acusam mutuamente de violar .

Principais Pontos de Discussão

Cessação das Hostilidades

Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelenskiy, e o ministro das Relações Exteriores Andrii Sybiha defenderam não apenas um cessar‑fogo imediato, mas a formação de uma força multinacional para manter a paz nas zonas conflagradas, após o ataque russo que matou civis em Sumy, incluindo fiéis cristãos, no domingo anterior .

Segurança Europeia e Defesa Comum

Os assessores de política externa da França, Reino Unido e Alemanha sublinharam a interdependência da segurança continental, propondo a criação de uma força de “reasseguro” europeia, capaz de ser destacada à Ucrânia em caso de cessar‑fogo, reforçando o compromisso transatlântico mesmo sem resposta imediata dos EUA .

Diálogo Nuclear com o Irã

Além da Ucrânia, as reuniões em Paris trataram das tentativas de retomar o acordo nuclear com Teerã. Witkoff segue para Roma para nova rodada com o ministro Abbas Araghchi, após encontro em Omã, em que ambos os lados qualificaram o diálogo de “positivo” apesar de reconhecerem a distância até um acordo .

Implicações Econômicas

Uma resolução ou prolongamento do conflito terá impactos econômicos profundos:

Recuperação Pós‑Guerra na Ucrânia: A reconstrução exigirá fluxos massivos de ajuda internacional. A extensão do conflito adia investimentos em infraestrutura e agrava o custo humano e material, elevando a necessidade de planos de crédito e garantias multilaterais .

Sanções contra a Rússia: A manutenção das sanções europeias e americanas continuará a pressionar a economia russa, mas também manterá prêmios de risco elevados no mercado financeiro e incerteza para investidores .

Mercado de Energia: A dependência europeia do gás e petróleo russo segue como ponto crítico; um cessar‑fogo duradouro poderia aliviar parcialmente os preços, porém prolongar o conflito acentua a busca por fontes alternativas e subsídios aos consumidores .

Possível Envolvimento Militar Multinacional

A proposta de força de paz inclui:

Composição: Tropas de países europeus (França, Reino Unido, Alemanha, Polônia e Estados Bálticos), sob mandato da UE ou da ONU.

Mandato: Monitoramento do cessar‑fogo, proteção de civis e escolta de ajuda humanitária.

Desafios:

  • Resistência russa: Moscou poderia considerar a presença estrangeira uma violação de soberania.
  • Logística e comando: Diferenças de doutrina militar e cadeia de comando complexa.
  • Vontade política: Necessidade de unanimidade europeia e autorização do Conselho de Segurança da ONU .

Posições das Autoridades Locais e Civis

Para humanizar o debate, foram recolhidos depoimentos de ucranianos impactados:

Olena K., professora em Sumy:
“Desde o ataque, temos medo de sair de casa. Nossos alunos perderam a rotina e a cidade vive entre explosões e incerteza.”

Prefeito de Dnipro, Boris Filatov:
“Precisamos de paz urgente para reconstruir escolas e hospitais. Cada dia de conflito custa vidas e dificulta qualquer ajuda internacional.”

Essas vozes reforçam a urgência dos diplomatas em buscar uma solução que não prolongue o sofrimento da população civil .

Reação de Moscou

O Kremlin vê o encontro como oportunidade para Witkoff atualizar os europeus sobre as negociações, com foco em demonstrar que Moscou permanece disposto ao diálogo, ainda que acuse a OTAN de alimentar a escalada militar .

Análise Geopolítica e Perspectivas

A visita de Rubio e Witkoff evidencia o desafio de alinhar interesses internos dos EUA com a urgência europeia e humanitária na Ucrânia. Nas próximas semanas, esperam‑se definições sobre a força multinacional, novos compromissos iranianos em Roma e pressões diplomáticas para garantir assistência militar e financeira a Kiev, fundamentais para estabilizar a região e preservar a coesão transatlântica .

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