
Em 3 de maio de 2025, o Irã voltou a defender seu direito soberano de enriquecer urânio, após o inesperado adiamento da quarta rodada de negociações nucleares indiretas com os Estados Unidos, mediadas por Omã. A declaração do ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, reforça que o programa nuclear iraniano é de natureza civil, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
Declarações-Chave
Abbas Araghchi (3/5/2025): “O Irã tem todo o direito de possuir o ciclo completo de combustível nuclear,” destacando que membros do TNP enriquecem urânio sem desenvolver armas nucleares.
Marco Rubio (Fox News, 1/5/2025): “A única países que enriquecem urânio são aqueles que possuem armas nucleares,” posição contestada pelos programas civis de Alemanha, Japão e Brasil (IAEA, 2024).
Jean-Noël Barrot (França, 28/4/2025): Afirmou que o Irã estava “à beira” de obter armas nucleares, comentário classificado por Teerã como “simplesmente absurdo”.
Análise Jurídica e Técnica e Técnica
Aspecto | Detalhes |
---|---|
Tratado TNP | Garante uso pacífico do nuclear; proíbe armas. |
Enriquecimento | Irã opera centrífugas até 4–5% U-235; JCPOA previa limite de 3,67%. Alemanha e Japão enriquecem até 5%. |
Supervisão IAEA | Inspeções regulares; proposta de exportar ou diluir urânio enriquecido em eventual acordo. |
Impacto Geopolítico
- Relações EUA–Irã: Tensão elevada após sanções ao petróleo e acusações de apoio iraniano aos houthis no Iêmen.
- Mediação de Omã: Crucial, mas afetada por “razões logísticas”; nova data depende da postura dos EUA segundo fonte iraniana.
- União Europeia: França adota tom duro; Alemanha e Reino Unido defendem retomada do diálogo para preservar o JCPOA.
Perspectivas Futuras
- Negociações: Sem data confirmada; possíveis concessões americanas são chave para avanço.
- Sanções: Risco de intensificação que pode agravar crise econômica e gerar reação interna em Teerã.
- IAEA: Papel decisivo na construção de confiança, com mecanismos técnicos para controle do material nuclear.
Conclusão
A reafirmação do Irã sobre o enriquecimento de urânio evidencia um impasse diplomático. Com potências globais avaliando a viabilidade de reviver o JCPOA, o desfecho dependerá de concessões mútuas, supervisão internacional robusta e equilíbrio entre sanções e diálogo. O mundo aguarda se Omã viabilizará nova data de negociação e se Washington e Teerã estarão dispostos a acordos que impeçam uma escalada nuclear.
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