Massivo Bombardeio Aéreo Russo em 29 de Junho Mata Piloto de F-16 e Intensifica Apelo por Defesa Aérea

Vista da capital ucraniana, Kiev, durante um alerta de ataque aéreo em 28 de junho de 2025.
Kiev sob alerta de ataque aéreo durante bombardeio russo em 28 de junho de 2025. Foto: REUTERS/Gleb Garanich

Na madrugada de 29 de junho de 2025, a Rússia realizou um de seus maiores ataques aéreos desde o início da invasão em 2022, lançando 537 armas — entre drones de ataque e iscas e mísseis de cruzeiro, balísticos e antiaéreos — contra múltiplas regiões da Ucrânia. O bombardeio resultou na morte de um piloto de F‑16 ucraniano, danos significativos a infraestrutura civil e um renovado apelo do presidente Volodymyr Zelensky por apoio ocidental para reforçar as defesas aéreas do país

O Ataque de 29 de Junho

  • Total de armas lançadas: 537, sendo 477 drones (de ataque e decoys) e 60 mísseis de diversos tipos.
  • Regiões atingidas: do oeste em Lviv até o sul em Mykolaiv, passando por Kyiv, Poltava, Dnipropetrovsk, Cherkasy e Ivano‑Frankivsk.

Danos e Vítimas Civis

Autoridades locais reportaram ao menos 12 civis feridos, incluindo crianças, e extensos danos a residências, escolas e infraestrutura crítica — como ferrovias em Poltava e instalações industriais em Mykolaiv e Dnipropetrovsk. Em Cherkasy, seis pessoas ficaram feridas, três prédios multifamiliares e um colégio tiveram paredes chamuscadas e janelas estilhaçadas, exigindo evacuações pelos serviços de emergência.

Desempenho da Defesa Aérea Ucraniana

Apesar da magnitude do ataque, a Ucrânia interceptou 475 dos projéteis lançados e neutralizou 226 drones apenas com guerra eletrônica ou constatou‑se serem decoys sem carga explosiva. Ainda assim, as poucas armas que romperam a camada defensiva provocaram destruição significativa em áreas civis, evidenciando lacunas na cobertura, especialmente longe da linha de frente.

A Queda do F‑16 e a Morte do Piloto

O tenente‑coronel Maksym Ustimenko, de 32 anos, foi o piloto da aeronave F‑16 que caiu durante as defesas do ataque. Segundo o comando ucraniano, ele derrubou sete alvos aéreos antes de seu jato ser danificado e perder altitude. Demonstrando altíssimo senso de missão, Ustimenko desviou o aparelho de uma área povoada, mas não conseguiu ejetar‑se a tempo, morrendo no local.

Importância Estratégica dos F‑16

Desde seu recebimento em meados de 2024, os caças F‑16 se tornaram um componente crucial na interceptação de mísseis e enxames de drones russos, graças ao radar AESA e sua capacidade multirole. Contudo, com esta perda, já são três F‑16 abatidos em combate, o que pesa tanto no aspecto operacional — treinar cada piloto na OTAN exige meses terrestres — quanto no simbólico de manter a dissuasão aérea.

Apelo de Zelensky por Reforço das Defesas

Em sua declaração após o ataque, Zelensky frisou:

“Apenas esta semana, a Rússia lançou mais de 114 mísseis, 1.270 drones e 1.100 bombas guiadas contra nós. Precisamos urgentemente de sistemas que nos protejam de mísseis, drones e terror”.

Reação e Compromissos Ocidentais

No encontro da OTAN em Haia, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que está “considerando” o envio de novas baterias Patriot, embora reconheça limitações de estoque e demandas de outros aliados. A possibilidade de reforço com sistemas de médio e longo alcance é vista em Kyiv como vital para reduzir as brechas atuais nas defesas aéreas.

Perspectivas e Desafios Futuros

Com o inverno europeu se aproximando — período que historicamente intensifica os ataques aéreos russos —, a Ucrânia depende cada vez mais de entregas rápidas de sistemas ocidentais, suporte de guerra eletrônica e treinamento contínuo de pilotos. A sustentação da resistência ucraniana dependerá não apenas da capacidade técnica destes sistemas, mas também da vontade política internacional de fornecer armamentos críticos em tempo hábil.

Conclusão

O bombardeio de 29 de junho expôs, mais uma vez, a determinação russa em desgastar as defesas ucranianas e causar dano à população civil, ao mesmo tempo em que assinalou a coragem e o sacrifício de aviadores como o tenente‑coronel Ustimenko. A resposta ocidental, traduzida em promessas de mais sistemas Patriot e radares avançados, será decisiva para que a Ucrânia possa proteger seus céus e minimizar perdas humanas nos próximos meses.

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