
As investigações sobre a doação recorde de 2,35 milhões de euros ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) se aprofundam, e novas informações lançam dúvidas sobre a origem dos fundos. Segundo reportagens do jornal austríaco Der Standard e da agência Reuters, Gerhard Dingler, responsável por intermediar a doação, não respondeu a diversas tentativas de contato feitas pelas redações.
Dingler, que anteriormente atuou como diretor-gerente do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) no estado de Vorarlberg, está sob suspeita de ter sido um intermediário para ocultar a verdadeira fonte da doação. Investigações conduzidas pelas autoridades austríacas focam em um pagamento de 2,6 milhões de euros recebido por Dingler pouco antes de realizar a transferência para o AfD. Essa operação levantou suspeitas de lavagem de dinheiro e pode colocar o partido em rota de colisão com a legislação alemã sobre doações partidárias.
Caso seja comprovado que as regras foram violadas, o AfD poderá ser multado em torno de 7 milhões de euros. Essa perspectiva de sanção severa remete a incidentes anteriores: em 2019, o Bundestag, parlamento alemão, já impôs uma multa superior a 400 mil euros ao AfD por infrações relacionadas às regras de doações partidárias.
Enquanto as investigações continuam, o partido afirma que manterá total transparência e cooperação com as autoridades. Contudo, a falta de resposta de Dingler, conforme relatado tanto pelo Der Standard quanto pela Reuters, alimenta as especulações de que a doação pode ter sido utilizada para mascarar a identidade de um doador maior.
O desenrolar desse caso promete impactar o cenário político na Alemanha, especialmente em meio a um ambiente de crescente escrutínio sobre o financiamento de partidos políticos e suas ligações com grupos de extrema direita.
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