Israel e Hamas retomaram, em 17 de maio de 2025, negociações indiretas de cessar‑fogo em Doha, sob mediação do Catar, enquanto a ofensiva aérea israelense – parte da chamada “Operação Carroças de Gideão” – intensificou‑se, resultando em centenas de vítimas em apenas 72 horas e preparando o terreno para uma ofensiva terrestre de larga escala.
Contexto Imediato
1.1 Escalada Recente
- Entre 15 e 17 de maio de 2025, pelo menos 140 palestinos foram mortos em ataques aéreos, totalizando mais de 300 vítimas nos últimos três dias, segundo autoridades de saúde de Gaza.
- O número acumulado de mortos desde outubro de 2023 se aproxima de 53.000, segundo o Ministério da Saúde palestino em Gaza.
- Tanques israelenses foram vistos posicionados na fronteira norte de Gaza, indicando o lançamento iminente de um ataque terrestre de maior escala.
1.2 Bloco ao Fornecimento
- Desde 2 de março, Israel suspendeu 100% das entradas de alimentos, combustível e medicamentos à Faixa de Gaza, levando agências da ONU a alertar para risco de fome e colapso do sistema de saúde.
Objetivos das Partes
| Hamas | Israel |
|---|---|
| Fim imediato das operações militares | Desmantelamento do braço militar do Hamas |
| Retirada total das tropas de Gaza | Garantia de que o grupo não recupere capacidade de ataque |
| Troca de prisioneiros e reféns | Continuidade da pressão militar até objetivos alcançados |
| Reabertura das fronteiras para ajuda humanitária | Controle operacional sobre áreas estratégicas |
As negociações em Doha discutem troca de prisioneiros, cessar-fogo sem pré-condições e reabertura de corredores humanitários.
Dimensão Humanitária
Hospitais à Beira do Colapso
- O Hospital Indonésio, em Beit Lahiya, recebeu 58 corpos em poucas horas e centenas de feridos em estado crítico; “a situação é catastrófica”, afirmou o Dr. Marwan Al‑Sultan nas redes sociais.
Fome e Deslocamento
- A ONU estima que 300.000 civis foram deslocados internamente em Gaza nas últimas semanas.
- Ao menos 9.000 caminhões de ajuda estão parados na fronteira, com metade deles carregando alimentos, mas sem permissão para entrar.
Reações Internacionais
- Liga Árabe (Bagdá): Compromisso de US$ 40 milhões em auxílio a Gaza e Líbano; apelo por cessar-fogo imediato e permanente.
- ONU: Alto Comissário Volker Türk classificou as ações como “tantasmo a limpeza étnica” e pediu medidas para evitar genocídio.
- França: Presidente Emmanuel Macron disse que as condições em Gaza são “intoleráveis” e buscaria discutir o tema com Netanyahu e Trump.
- EUA: Plano de entrega de ajuda via empresas privadas até o final de maio, mas sem apoio da ONU por falta de imparcialidade.
Perspectivas e Cenários Fututos
- Ofensiva Terrestre Ampliada: Se iniciada, pode resultar em ocupação prolongada de novas áreas e maior deslocamento civil.
- Acordo de Cessar-Fogo: Depende de concessões mútuas e implementação de garantias de supervisão internacional.
- Crise Humanitária Prolongada: Sem reabertura imediata de corredores, Gaza pode enfrentar colapso total de serviços básicos.
- Implicações Regionais: A escalada pode mobilizar grupos em Líbano, Síria e Cisjordânia, ampliando o conflito.
Conclusão
A retomada das conversas em Doha traz uma janela diplomática, mas enfrenta obstáculos reais: falta de confiança histórica, divergências sobre pré-condições e urgência humanitária. A comunidade internacional deve pressionar para um cessar‑fogo imediato, garantindo supervisionamento de ajuda e proteção civil, sob pena de agravar uma crise com potencial de repercussões regionais de longo prazo.
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