Mais de 200 drones de longo alcance atacam alvos importantes na Rússia: instalações de explosivos e depósitos de combustível são atingidos.

Soldado russo observando um drone no céu enquanto monitora a área, simbolizando a ameaça dos ataques aéreos em solo russo.
Soldado russo monitorando um drone, em meio aos recentes ataques aéreos ucranianos a alvos estratégicos na Rússia.

Explosões e incêndios foram relatados em pelo menos sete regiões, segundo canais ucranianos e russos no Telegram. Infraestruturas importantes foram atingidas, resultando em incêndios e interrupções no tráfego aéreo nas áreas afetadas.

Drones ucranianos realizaram ataques em várias regiões da Rússia durante a noite de segunda-feira, 13 de janeiro, e no início da manhã de terça-feira, 14 de janeiro. A ofensiva aérea em grande escala teve como alvo fábricas químicas que produzem explosivos e munições, além de depósitos de combustível.

De acordo com canais ucranianos e russos no Telegram, explosões e incêndios foram relatados em pelo menos sete regiões, incluindo Saratov, Voronej, Oriol, Tula e Tartaristão.

Embora as autoridades militares ucranianas não tenham confirmado os detalhes, blogueiros militares russos alegam que os drones usados nos ataques eram modelos ucranianos “Liutyi”, semelhantes aos drones turcos Bayraktar.

O Liutyi (que significa “feroz”) é um drone de ataque ucraniano de longo alcance, capaz de atingir alvos a distâncias de até 1.000 km. Sua alta eficiência foi comprovada por uma série de ataques bem-sucedidos contra refinarias de petróleo russas, depósitos de combustível, bases de helicópteros e outras instalações estratégicas.

O canal russo no Telegram Forças Aerotransportadas pela Honestidade e Justiça, amplamente considerado ligado às Forças Armadas da Ucrânia, informou que mais de 200 drones ucranianos, incluindo os modelos “PD-2”, “Beaver”, “Liutyi” e “UJ-22”, foram utilizados na operação.

O canal destacou: “Só podemos afirmar que o inimigo conseguiu produzir em massa UAVs com alcance superior a 1.000 km.”

O Nilolaevsky Vanyok, maior canal de monitoramento da Ucrânia, relatou que o ataque envolveu “uma frota de UAVs de vários tipos”, incluindo drones capazes de carregar grandes minas e algumas bombas guiadas (KABs).

Na cidade de Engels, na região de Saratov, uma instalação industrial foi danificada durante o ataque, informou o governador Roman Busargin. Embora a extensão dos danos ainda não esteja clara, não houve registro de feridos.

De acordo com o canal no Telegram “Cuidado, Notícias”, um depósito de petróleo em Engels foi alvo do ataque, sendo atingido duas vezes antes de pegar fogo.

O mesmo depósito de petróleo foi atacado em 8 de janeiro, com os esforços para combater o incêndio durando vários dias. O fogo foi completamente extinguido em 13 de janeiro, conforme informado anteriormente pelo governador Busargin. Ainda não está claro se o ataque mais recente atingiu a mesma instalação.

Por precaução, as escolas em Saratov e Engels adotaram o ensino remoto no dia 14 de janeiro.

Na capital do Tartaristão, Kazan, drones teriam atacado uma instalação de armazenamento de gás natural liquefeito (GNL) na Rua Severo-Zapadnaya, pertencente à Gazprom. Enquanto canais no Telegram relataram que três tanques de armazenamento pegaram fogo, as autoridades locais confirmaram apenas um.

Alguns canais no Telegram também mencionaram a planta química Kazanorgsintez, mas as autoridades locais confirmaram que a instalação não foi afetada. O Serviço de Despacho de Emergência (EDDS) da cidade esclareceu que o incêndio ocorreu em outro local.

O líder do Tartaristão, Rustam Minnikhanov, afirmou que visitou o local e confirmou que não houve “vítimas ou danos significativos”. Ele acrescentou que todas as empresas da região estavam operando normalmente.

O governador de Bryansk, Alexander Bogomaz, informou na noite de segunda-feira, 13 de janeiro, que as defesas aéreas russas frustraram um “ataque combinado com mísseis” por forças ucranianas. Ele afirmou que “todos os alvos foram destruídos, sem registro de feridos”.

Os canais no Telegram foram os primeiros a relatar os ataques na região, compartilhando informações de moradores. De acordo com canais como Mash, Shot e Astra, a Planta Química de Bryansk, localizada na vila de Seltso, foi atingida.

A planta, chamada em homenagem ao 50º aniversário da URSS, é conhecida por produzir explosivos, segundo a Rádio Liberty. Não é a primeira vez que a instalação é alvo de drones.

Segundo o canal Mash no Telegram, foram ouvidas cerca de 30 explosões. Acredita-se que Bryansk tenha sido atacada por mísseis ATACMS. O Shot relatou que várias explosões foram visíveis sobre a cidade, e na televisão foi emitido um alerta sobre o perigo de mísseis na região.

Mais tarde, o Mash informou que os fragmentos do míssil HIMARS caíram nas instalações da fábrica de silício em Bryansk.

Na região de Oryol, o governador Andrey Klychkov relatou que 17 drones foram abatidos. Não houve registros de feridos ou danos materiais.

Em Voronezh, o governador Alexander Gusev afirmou que vários drones foram destruídos durante a noite, sem registrar vítimas ou danos no solo.

Na região de Tula, destroços de drones causaram danos na cidade de Aleksin, incluindo em carros e construções secundárias. O governador Dmitry Milyaev informou que um total de 17 drones foi interceptado na região durante a noite.

Interrupções no Tráfego Aéreo

Às 6h30, horário de Moscou, a Agência Federal de Transporte Aéreo impôs restrições temporárias de voo nos aeroportos de Kazan, Kaluga, Saratov e Tambov. As restrições em Kaluga e Tambov foram levantadas dentro de uma hora, mas novas restrições foram impostas nos aeroportos de Penza e Ulyanovsk.

Até o momento, o Ministério da Defesa da Rússia não emitiu uma declaração oficial sobre os ataques com drones.

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