
Em 2 de maio de 2025, a Freedom Flotilla Coalition afirmou que Malta impediu o navio Conscience, destinado a levar alimentos e remédios a Gaza, após o ataque de dois drones em águas internacionais próximo ao arquipélago maltês. A ONG responsabiliza Israel pelo ataque; Malta nega obstrução e acusa o capitão de recusar assistência oficial.
O ataque por drones
Testemunhas relatam que os drones atingiram o gerador e causaram um incêndio na proa, provocando perda de energia e riscos de infiltração de água no casco. Quatro pessoas a bordo sofreram cortes e queimaduras leves, conforme confirmado pela ONG.
Reação de Malta
O primeiro‑ministro Robert Abela disse que Malta ofereceu socorro imediato: um rebocador controlou as chamas e uma patrulha naval esteve no local. Segundo Abela, o capitão recusou a entrada de inspetores e da polícia marítima. O governo aguarda comprovação do caráter humanitário da carga para autorizar reparos no porto, ressaltando a prioridade à segurança nacional.
Aspectos Técnicos e Operacionais
Planejamento: rotas definidas para evitar zonas sob controle direto de Israel.
Carga: ~50 t de alimentos não perecíveis, medicamentos e kits de primeiros socorros, armazenados em contêineres climatizados e amarrados com sistemas reforçados.
Segurança: radares de curto alcance para detecção de drones, geradores redundantes e extintores automáticos acionados por sensores de calor.
Emergência: protocolos da IMO, incluindo alarme geral, compartimentação estanque, evacuação parcial em botes salva-vidas e comunicação via rádio VHF e satélite.
Reparos: testes NDT, verificação de sistemas elétricos e hidráulicos; equipe de engenheiros navais e eletricistas — duração estimada: 48 h a 1 semana.
Coordenação: navios devem notificar Estados costeiros antes de atracar; recusa do capitão interrompeu ingresso de inspetores malteses.
Implicações jurídicas e humanitárias
Pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, navios em perigo têm direito a assistência e abrigo em porto seguro, independentemente da bandeira. A ONG alega violação desses preceitos, agravando a crise humanitária em Gaza, onde a ONU alerta para colapso de programas de socorro sem novas rotas de ajuda.
Contexto do bloqueio a Gaza
Desde março de 2025, Israel mantém bloqueio total a Gaza, interrompendo alimentos, combustíveis e remédios para 2,3 mi de habitantes como pressão sobre o Hamas, que ainda detém reféns de outubro de 2023. Organizações internacionais alertam para risco de fome em massa e colapso médico.
Reações Internacionais
- Turquia condenou o ataque e exigiu responsabilização, citando violação da segurança marítima.
- ONU pediu investigação internacional imediata e acesso irrestrito para reparos humanitários.
Vozes da sociedade civil e especialistas
Caoimhe Butterly, porta‑voz da Freedom Flotilla, chamou o bloqueio de “ataque à solidariedade internacional”. Dr. Emmanuel Klepfisz, ex‑relator da ONU, alertou que impedir auxílio fere princípios básicos de humanidade e põe vidas em risco.
Consequências políticas
Malta, historicamente pró-palestina e que recentemente tratou crianças feridas de Gaza, vê sua diplomacia sob pressão. O episódio pode agravar tensões com Israel e ONU, forçando balanço entre segurança e obrigações humanitárias.
Próximos passos
A Freedom Flotilla exige que Malta autorize reparos e assistência médica, sob risco de apelação a tribunais internacionais. Autoridades maltesas aguardam comprovação da carga. Enquanto isso, o navio segue à deriva e ativistas planejam manifestações em Valeta para pressionar o governo.
Em um momento crítico para Gaza, o caso Conscience expõe o dilema entre soberania estatal e imperativos humanitários no mar, definindo precedentes para futuras missões de socorro em zonas de conflito.
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