Trump busca desatar impasse em ligação direta com Putin sobre paz na Ucrânia

Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a cúpula do G20 em Buenos Aires, 2018.
Trump e Putin durante a cúpula do G20 em Buenos Aires, Argentina, em 30 de novembro de 2018. REUTERS/Marcos Brindicci

Nesta segunda-feira, o Presidente Donald Trump manteve conversa telefônica com o Presidente Vladimir Putin, na tentativa de destravar o impasse diplomático que paralisa o fim da guerra na Ucrânia. O diálogo ocorreu de Washington a Sochi, enquanto crescem as tensões em campo e as vozes exigem um cessar‑fogo imediato.

Contexto do Conflito

Em 24 de fevereiro de 2022, o Presidente Putin autorizou a invasão em larga escala da Ucrânia — o maior confronto entre Rússia e Ocidente desde a Crise dos Mísseis de 1962. Estima-se que o conflito já tenha causado mais de 300 mil mortes, além de deslocar seis milhões de civis internamente e gerar cinco milhões de refugiados registrados na Europa (ONU, ACNUR).

Desde então, a Ucrânia recuperou parte dos territórios invadidos, mas Moscou ainda controla cerca de 20% do país, incluindo as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson.

A Ligação Presidencial

Antes da chamada, o Vice‑Presidente JD Vance afirmou que os Estados Unidos reconhecem um “impasse” no processo de paz e que, caso a Rússia não demonstre real disposição para as conversações, Washington pode abandonar a mediação.

“Vamos perguntar diretamente: ‘Vocês realmente querem paz?’ Se não houver compromisso claro, esse será o fim da nossa tentativa.”

No telefonema, o Presidente Trump reforçou a proposta de um cessar‑fogo incondicional de 30 dias, defendido também por líderes da União Europeia e pelo governo ucraniano.

Posições em Confronto

  • Rússia: Exige que a Ucrânia renuncie à adesão à OTAN e retire completamente suas tropas das quatro regiões anexadas em 2022.
  • Ucrânia: Aceita avaliar uma trégua temporária, mas não abrirá mão da soberania e do controle sobre todo o território internacionalmente reconhecido.
  • Europa e OTAN: Apoiam o cessar‑fogo como primeira medida, condicionando progressos à garantia de segurança para Kiev.

No mesmo dia, o Primeiro‑Ministro britânico Keir Starmer e o Presidente francês Emmanuel Macron alinhavam‑se aos EUA e reafirmavam a urgência de cessar‑fogo sem reparos.

Desdobramentos Recentes

Análise

  1. Credibilidade x Pressão: A iniciativa presidencial norte‑americana recai sobre o equilíbrio entre demonstrar força diplomática e evitar sinalização de fraqueza. Se Putin não ceder, Trump poderá recorrer a sanções adicionais, mas corre o risco de desgastar sua imagem de mediador.
  2. Fatores Internos na Rússia: As sanções impactam severamente o setor energético e industrial russo, pressionando economicamente o governo, mas também fortalecendo narrativas nacionalistas que justificam a continuidade do conflito.
  3. Aposta Ucraniana: Kiev depende do suporte militar e financeiro ocidental para manter a defesa. Qualquer cessar‑fogo prematuro sem garantias de segurança pode comprometer as linhas de frente e a reconstrução futura.
  4. Cenários Prováveis:
  • Cessar‑fogo gradual: Pode abrir caminho para negociações formais de paz, mas exigirá garantias multilaterais de segurança.
  • Impasse prolongado: Guerra de atrito sem resoluções duradouras, mantendo instabilidade na Europa.
  • Escalada indirecta: Maior envolvimento da OTAN, com envio de mais tropas ou criação de zonas de exclusão aérea.

Conclusão

A ligação entre o Presidente Trump e o Presidente Putin expõe as complexidades de uma guerra que já dura mais de três anos. Se Moscou não demonstrar flexibilidade, os EUA podem se retirar do papel de intermediário, deixando Europa e Ucrânia à frente do processo. A evolução deste impasse definirá não somente o futuro imediato da Ucrânia, mas também a credibilidade de cada ator no tabuleiro geopolítico global.

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