
Na manhã de hoje, 7 de junho de 2025, as Forças Aéreas da Ucrânia anunciaram, via Telegram, a derrubada de um caça Sukhoi Su-35 russo na direção de Kursk. “Como resultado de uma operação bem-sucedida da Força Aérea no setor de Kursk, um caça Su-35 russo foi abatido”, afirmou o comunicado ucraniano, sem fornecer detalhes adicionais. Até agora, o Ministério da Defesa da Rússia não comentou oficialmente, e a Reuters não pôde verificar de modo independente o incidente.
Ao mesmo tempo, Rússia lançou sobre Kharkiv (segunda maior cidade ucraniana) um massivo ataque com drones e mísseis, matando pelo menos três civis e ferindo outros 21; foi descrito pelas autoridades locais como o mais intenso desde o início da invasão em 2022.
O Sukhoi Su-35: capacidades-chave
O Su-35S é um caça de superioridade aérea “4++ geração”, derivado do Su-27, com destaque para:
- Radar Irbis-E de varredura eletrônica, capaz de detectar alvos a até 400 km e rastrear 30 simultaneamente;
- Óptico OLS-35 infravermelho para busca passiva de alvos;
- Contramedidas Khibiny-M de guerra eletrônica integradas;
- Motores com vetoração vetorial de empuxo e alta manobrabilidade, permitindo ângulos de ataque extremos.
A combinação dessas tecnologias faz do Su-35 um dos principais ativos de superioridade aérea da Rússia, e sua perda representa um golpe tático e simbólico.
Histórico de perdas de Su-35 no conflito
Desde fevereiro de 2022, dados de fontes OSINT indicam que a Rússia perdeu cinco caças Su-35S em operações contra a Ucrânia, conforme levantamento do Oryx. Além disso, a Ucrânia reivindicou ao menos outros dois abatimentos de Su-35 nos últimos dois anos, embora parte desses relatos tenha sofrido controvérsias ou careça de confirmação independente.
Significado estratégico e moral
- Equilíbrio de poder aéreo: Cada Su-35 abatido reduz a capacidade russa de vigilância e cobertura de ataques aéreos em solo, pressionando Moscou a realocar ativos estratégicos.
- Pressão logística: Forçar a Rússia a dispersar suas aeronaves para bases mais distantes ou fortificadas eleva custos de manutenção e resposta.
- Moral: Para Kiev, o feito reforça a narrativa de que suas defesas evoluíram, elevando a confiança dos pilotos e das tropas terrestres; para Moscou, substituições de equipamentos sofisticados são lentas e caras.
Possíveis próximos desdobramentos
- Retaliações russas: espera-se nova onda de ataques aéreos ou com mísseis contra infraestrutura ucraniana, especialmente sistemas de defesa aérea e centros urbanos próximos à linha de frente.
- Aceleração de suprimentos ocidentais: relatórios sugerem avanço nas negociações para fornecimento de caças F-16 e sistemas Patriot à Ucrânia, visando manter o equilíbrio no ar.
- Negociações e diplomacia: episódios como este podem tanto dificultar cessar-fogos quanto fortalecer a posição ucraniana em fóruns internacionais, ao demonstrar capacidade de defesa efetiva.
Conclusão
A queda do Su-35 sobre Kursk marca mais um capítulo na guerra aérea entre Rússia e Ucrânia. Em um conflito que se destaca pelo uso inovador de drones e defesas ocidentais, o episódio reflete a crescente sofisticação das forças ucranianas em atingir alvos de alto valor. Nos próximos dias, a dinâmica do céu poderá ser decisiva para os rumos do confronto e as negociações futuras.
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