EUA Buscam Negociações Comerciais de Longo Prazo com a UE

Vice-presidente dos EUA JD Vance e sua esposa Usha Vance chegam para a missa inaugural do Papa Leão XIV no Vaticano, 18 de maio de 2025.
JD Vance e esposa Usha chegam à missa inaugural do Papa Leão XIV no Vaticano, em 18 de maio de 2025. REUTERS/ELOISA LOPEZ

Em janeiro de 2025, a administração americana reforçou barreiras tarifárias, aplicando 25% de alíquotas sobre aço, alumínio e automóveis importados, além de uma taxa‐base de 10% para demais países. Com medidas recíprocas, a cobrança sobre produtos europeus subiu para 20% durante a trégua de 90 dias iniciada em março. Logo, o maior bloco comercial mundial — com mais de US$ 1,5 trilhão em trocas anuais — passou a buscar negociações que reparassem as tensões sem sacrificar negócios cruciais.

O Encontro em Roma e Principais Declarações

Ontem, 18 de maio de 2025, o vice‑presidente dos EUA, JD Vance, reuniu‑se em Roma com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a primeira‑ministra italiana, Giorgia Meloni, após participarem da missa inaugural do Papa Leão.

  • Discurso de Vance: ao lado de von der Leyen e Meloni, Vance afirmou que, “como aliados, temos discordâncias em comércio, mas podemos iniciar negociações de longo prazo para gerar vantagens mútuas“.
  • Posição de von der Leyen: escreveu na rede X que equipes técnicas já trocaram documentos com os pontos-chave de debate e que “o diabo está nos detalhes, mas estamos confiantes em alcançar um acordo equilibrado“.
  • Complemento de Meloni: endossou a busca por um pacto justo, ressaltando a importância de alinhar o tema comercial a um quadro maior de segurança e inovação industrial.

Linha do Tempo dos Principais Marcos

  • Janeiro/2025: início das tarifas de 25% (aço, alumínio e automóveis).
  • Março/2025: início da “trégua” de 90 dias e troca inicial de propostas.
  • Maio/2025: encontro em Roma para alinhar documentos e prazos.
  • Junho/2025 (previsto): início das negociações formais, antes do término da trégua.

Análise de Impacto Setorial

  • Indústria Automotiva: montadoras alemãs registraram queda de 8% nas exportações aos EUA desde janeiro, pressionando margens de lucro e ajustes de linha de produção.
  • Siderurgia Americana: mais de 15 mil empregos foram preservados com as tarifas, segundo o American Iron and Steel Institute, mas subsídios europeus ao aço sustentável devem entrar na pauta.
  • Agronegócio Europeu: teme que vinhos e queijos artesanais sofram barreiras sanitárias adicionais se não houver acordo mútuo sobre padrões.

Perspectiva Geopolítica e de Defesa

Além de tarifas, von der Leyen propôs discutir apoio à Ucrânia e gastos com defesa em paralelo ao comércio, sinalizando que o diálogo transatlântico transcende o âmbito econômico, reforçando posturas comuns frente a desafios globais.

Riscos e Cenários Fututos

  • Sem Acordo: escalada de retaliações, novos aumentos tarifários e afetando cadeias produtivas.
  • Acordo Parcial: definição de quotas e mecanismos provisórios de resolução de disputas.
  • Acordo Abrangente: reconhecimento mútuo de normas verdes, redução gradual de barreiras e harmonização de padrões técnicos.

Conclusão

O encontro de Roma reafirma a disposição de restaurar o diálogo e equacionar disputas tarifárias, num momento em que a aliança transatlântica enfrenta pressões internas e externas. Transformar otimismo em compromissos concretos será decisivo para garantir crescimento econômico, competitividade industrial e coerência estratégica entre EUA e UE.

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